164ºCapitulo

Naquele mesmo dia pela tarde, graças a Deus, recebi alta, o que me deixou mais feliz e tranquila por não ficar restrita aquela cama de hospital por mais tempo, porque eu já não aguentava mais. Alguns familiares vieram visitar a mim e ao Bento, e eu estava colada naquele vidro admirando o meu pequeno, ainda precisava ter cuidados por causa dos pontos em minha barriga, mas agora já podia andar e ficar de pé.

-Mamãeeee-disse Maria vindo toda empolgada me abraçar, após chegar no hospital com o pai de Luan
-Oi, calma ai Maria-a afastei um pouquinho com medo de machucar os meus pontos
-Desculpa mamãe-me pediu
-Maria, por favor tenha cuidado, você sabe que não pode chegar pulando em mim
-Eu sei mamãe, me desculpa, só queria um abraço, estava com saudade-disse toda inocente
-Filha, vem cá com o papai-disse Luan a pegando no colo e me olhando bravo-olha seu irmãozinho-a mostrou o Bento pelo vidro
-Ele ainda esta pequenininho-disse o olhando
-Esta sim-Luan riu
-E você minha filha, não acha que devia se sentar um pouco-disse minha mãe ao meu lado
-Não mãe, eu estou bem aqui, não quero ficar longe do meu filho um segundo-olhava vidrada para o meu bebê e o admirava 

A família toda babava em Bento pelo vidro, minha mãe, meus sogros, Nicole, Bruna, todos os dias estavam presentes para ver o pequeno, e Maria amava subir no colo de Luan para ver o irmãozinho.

-Amor, vamos para casa-disse Luan me abraçando por trás e beijando o meu rosto
-Ficou maluco?-me virei o olhando-e deixar o meu filho aqui sozinho?
-Kemy, você recebeu alta, não tem porque ficar aqui no hospital, amanhã a gente volta para ver ele, vamos para casa descansar, eu já estou todo dolorido de ficar dormindo aqui
-Então pode voltar sozinho Luan, que daqui eu não saio sem o Bento-disse decidida
-Papai, a gente já vai embora?-disse Maria toda cansada, puxando a blusa dele
-Daqui a pouco Marivi-disse Luan a olhando
-Péssima ideia trazer ela aqui, porque não deixou ela ir embora com a Nicole? hospital não é lugar para criança-disse vendo ela toda cansadinha de ter passado quase o resto do dia no hospital comigo e Luan
-Ela quis ficar com a gente, somos os pais dela-disse Luan a pegando no colo-esta cansadinha né filhota-beijou o rostinho dela, e ela tombou a cabeça no ombro dele
-Luan leva ela para casa, e se quiser pode ficar por lá, minhas coisas ainda estão aqui, então eu vou ficar bem
-Kemy, não tem necessidade de você ficar aqui, até a médica disse que você pode ir para casa
-Mas eu não quero ir Luan, que saco, se você quer ir para casa, pode ir sozinho
-Kemy, vamos para casa descansar, tomar um banho, amanhã cedo a gente volta, e...
-Eu já disse que daqui eu não vou sair
-Você quem sabe-ele suspirou contrariado-então vamos embora Marivi-beijou o rostinho dela
-A mamãe não vai vir?-ela perguntou me olhando
-Não-confirmei-eu não posso deixar o meu filho sozinho, então uma boa noite para vocês dois

Luan me olhou negando, e foi embora com a Maria, me sentei no sofá perto do vidro, e eu não queria sair dali por nada, olhava o meu filho de longe, as enfermeiras cuidando dele, a pediatra raramente aparecia por ali, e eu já estava esgotada de sono, mas não iria sair dali por nenhum decreto.

-Senhora, os horários de visitas acabaram, você não pode ficar aqui-disse uma das enfermeiras vindo me incomodar
-Mas meu filho esta ali dentro, eu não vou deixar ele sozinho
-Senhora, o seu filho esta sendo muito bem cuidado, e ele não é o único que esta na encubadora, outras mães tambem tiveram que deixar os filhos aqui, eu sei o quanto é difícil
-Que mulher tem a coragem de deixar o próprio filho aqui sozinho?-a olhei indignada-e não é porque outras mães não ligam com os filhos e os deixam aqui, que eu vou fazer o mesmo
-Eu sei que você se preocupa com o seu filho, mas não tem o porque da senhora ficar aqui, pois...
-E não tem o porque de você vir encher o meu saco e me tirar do meu direito de mãe de ficar perto do meu filho-a encarei-eu não estou incomodando ninguem, estou aqui quieta no meu canto, então se me fizer o favor de fingir que eu não existo, eu agradeço
-Senhora, eu não quero ser grossa, mas não é permitido passar a noite aqui, eu só estou cumprindo ordens e...
-Acontece que o meu marido esta pagando essa droga de hospital, e eu quero ficar perto do meu filho para o proteger de gente má intencionada, então me faça o favor de ir cuidar da sua vida e me deixar em paz, porque eu não vou sair daqui, nem se o Papa pedir
-Se quer passar a noite no hospital, não pode ser aqui-disse a enfermeira respirando fundo-tem uma salinha de espera aqui perto, se quiser pode ficar ali, mas se continuar insistindo para ficar na área de visitações do berçário, vou ser obrigada a chamar a segurança
-E essa salinha fica onde?-perguntei receosa, pois não queria ficar longe do Bento
-Me acompanhe
-E o meu filho?-o olhei pelo vidro, com o coração na mão
-Ele esta bem seguro aqui, fica tranquila, eu e mais duas enfermeiras passamos o turno da noite cuidando dos bebês, atentas a qualquer problema, então confie em mim, que o seu filho esta sendo bem cuidado
-Eu poderia ao menos ver ele?-a perguntei
-Amanhã vão liberar para os pais terem contato com os bebês, então se puder aguardar até amanhã...
-Já entendi-suspirei-Bento, a mamãe te ama-o olhei pela ultima vez e acompanhei a enfermeira até a tal sala de espera
-Não é tão confortável, mas é onde a senhora pode ficar
-Tudo bem-assenti me sentando no sofá-obrigada por me deixar ficar, e por favor, cuida bem do meu filho, qualquer coisa me avisa
-Pode deixar senhora, agora preciso voltar para o berçário

Me deitei no largo sofá, e senti um pouco de frio devido estar sem cobertor, respirei fundo, e meu coração continuava inquieto, eu só queria entender porque Deus me permitiu ser mãe, sendo que até agora tive tão pouco contato com o meu filho desde que ele nasceu, e as pessoas colocavam tantas regras para me impedir de ficar com ele. Fechei os olhos e deixei lágrimas cair, queria tanto estar com o meu Bento nos braços, só quando ele estiver comigo eu terei certeza que nada nem ninguem vai fazer mal a ele, e enquanto esse momento não chega, eu o cuido em oração.

-Bom dia, senhorita teimosa-acordei já me dando de cara com o Luan-esta com uma cara péssima-riu me olhando
-Vai se foder-o olhei brava, mal dormi essa noite, estava toda dolorida, e havia passado frio
-Já acorda de mal humor, isso porque é teimosa, e não quis ir para casa descansar
-Luan, você veio fazer o que aqui? se fosse para encher o meu saco, era melhor ter ficado em casa-o olhei irritada me sentando no sofá
-Vim ver o Bento, e de quebra a mãe complicada dele-riu de canto me olhando
-Meu filho-me lembrei dele e levantei ás pressas
-Devagar coisinha, sua cara esta péssima, melhor ir ali no banheiro lavar o rosto e escovar os dentes-disse parando em minha frente
-Me erra Luan, você mal se importa com o Bento, então me da licença, que eu vou ver ele
-Kemy claro que me importo com ele, o Bento é meu filho, e se você não quer lavar o rosto, o problema é seu-me deu passagem

Segui feito louca até o berçário, e ali tinha algumas pessoas, deviam estar vendo os outros bebês, fui entrando na frente de todo mundo desesperada para ver o Bento, e todos me encaravam, não me importei com isso, pois foi ver o rostinho do meu pequeno que o meu coração se alegrou.

-Vou fingir que nem te conheço-disse Luan ficando ao meu lado
-Então nem fala comigo, pai desnaturado-o olhei brava
-Só acho que você devia ir lavar o rosto, as pessoas estão te olhando-disse Luan me cutucando disfarçadamente
-Tô nem ai com elas, o que me surpreende é você estar incomodado com isso, pensei que você não se importava ao me ver quando acordo
-Mas eu não me importo, só que outras pessoas verem é outra coisa Kemilly, ainda mais estando em um hospital, mas se você não liga com isso, eu que não vou ligar

Fiquei admirando o meu filho um pouquinho, e não entendi quando uma mulher entrou lá dentro e sentou em um canto para amamentar um dos bebês.

-Tambem quero amamentar o meu filho-disse olhando para Luan
-Se estivesse mais apresentável e não desse nenhum escândalo, já era para você estar fazendo o mesmo
-Cala a boca-o olhei irritada-vou no banheiro lavar o rosto e ajeitar o meu cabelo, fica atento, porque devem deixar a gente entrar para ver o Bento

Fui para um dos banheiros perto do corredor, e quando me olhei no espelho realmente minha cara estava péssima, joguei uma água no rosto, e como sempre sou prevenida carrego uma escova de dentes e pasta dentro da minha bolsa, escovei os dentes, arrumei o meu cabelo, e eu parecia um pouco melhor agora.

-Amor, depois que esse casal sair, vão deixar a gente entrar para ver o nosso filho-disse Luan todo empolgado vindo falar comigo, assim que saí do banheiro
-Até que enfim-sorri empolgada

Pareceu demorar uma eternidade para aquele casal sair, e realmente era lindo de ver o momento dos pais com o filho, a mãe estava chorando tanto, e não quis se despedir do bebê após o amamentar, quis ficar um tempinho a mais com ele no colo, acho que não sou a unica louca, toda mãe deve ter esse mesmo comportamento.

-Vocês são os pais do Bento Santana, então precisam colocar essa roupa especial, e vão poder entrar para ver o bebê-disse uma das enfermeiras nos entregando uma roupa toda azul

Mais do que depressa eu e Luan nos trocamos, e pudemos entrar no berçário, ali era bem quentinho, e tinha um cheiro gostoso de bebê, se ouvia alguns chorinhos, resmungos, e quando vi o meu pequeno ser tirado da encubadora foi impossível não chorar.

-Sente-se ali, e fique o mais tranquila e confortável possível-outra enfermeira me orientou e eu me sentei na cadeira de amamentação
-Esperei tanto por isso-disse em meio as lágrimas vendo me trazerem o meu bebê que dava alguns chorinhos-estava com fome meu amor-o peguei no colo e ele me olhava resmungando
-Se lembra como o amamenta?-perguntou uma das enfermeiras, elas eram todas parecidas, devia ser uma das que me ajudaram na primeira mamada do Bento
-Sim, mas tenho medo de fazer errado
-Então vamos te ajudar

Mais uma vez fui orientada em como devia amamentar o meu filho, e era a melhor sensação do mundo, um momento único, surreal, meu e dele, onde eu via claramente o seu rostinho, seu corpinho quente estava junto ao meu, e eu o enchia de amor.

-Ele é bem gulosinho-disse Luan sentado no braço da poltrona, pegando a mãozinha do Bento
-Puxou você-ri de canto ainda admirando o meu pequeno
-Mas eu não sou guloso-ele riu-eu só cozinho bem, e quem ama comer é você, e a Nicole tambem
-Quem ele puxou não importa, o que importa é que ele é lindo e esta mamando bem
-Bem demais-Luan cheirou a cabecinha dele-que cheirinho gostoso de neném, no neném do papai
-Ele é tão cheirosinho-tambem o cheirei-mamãe já ama tanto esse cheirinho
-Quero ver se vai falar o mesmo, quando for trocar as fraldas dele-disse Luan rindo
-Meu bem, não estraga o momento, mas eu nunca vou reclamar de ter que trocar as fraldas do Bento
-Vamos ver, porque eu odiava trocar as fraldas da Nicole, da Alice mais ainda, ainda bem que já sou um pai super treinado e vou saber cuidar direitinho do nosso meninão

Amamentei o Bento, e ele acabou dormindo, um soninho tão gostoso, fiquei só mais um pouco com ele no colo, e infelizmente tiraram ele mais uma vez de mim, e o colocaram na encubadora.

-Mamãe ama você-disse alisando o rostinho dele e deixando lágrimas cair
-Papai tambem te ama garotão, logo você sai dai-disse Luan o fazendo carinho do outro lado

Era horrível ver ele dentro da encubadora, sei que ele era muito pequenininho, mas o meu coração de mãe dói ao ver o meu pequeno ali dentro daquela maquina, sozinho, e eu não podia ficar muito tempo por perto, logo eu e Luan tivemos que sair, tendo nenhum tempo a mais para nos despedirmos do nosso filho. Como sempre os nossos familiares vieram o visitar, e á noite eu dei trabalho para ir para casa, Luan se cansou de pedir pra mim ir, e como eu precisava de um banho, lavar com água e sabão a minha cesárea, e a minha médica ter conversado comigo sobre os cuidados comigo mesma, eu aceitei ir para casa, mas com o coração e a mente totalmente presos naquele hospital, só vou ficar em paz quando o meu filho estiver perto de mim. Uma semana se passou, e eu não estava mais aguentando a saudade do meu filho, ir ver ele todos os dias no hospital, o amamentar, o tocar pela encubadora, não era o suficiente pra mim, eu já havia tirado os meus pontos, e agora só faltava poder levar o meu filho para casa, aos poucos ele estava ganhando peso, e pelos cálculos da pediatra dele, o Bento precisava ficar em torno de mais uma semana e meia na encubadora, e isso me preocupava cada vez mais, pois cada dia que se passava com meu filho ali, era mais um dia de tormento pra mim.

-Amor da minha vida-sentia beijos em meu rosto-mamãe mais linda do universo-senti mais beijos-hora de acordar
-Mas já?-estava totalmente cansada, pois demorei dormir e tive uma noite péssima, pensando em meu filho sozinho naquele hospital
-Sim coisinha, deixa de preguiça-Luan beijou o meu pescoço-bora levantar, ou cê não quer ir ver o Bento?
-Claro que quero-disse abrindo os olhos e olhando o meu marido ao meu lado na cama
-Então toma um banho gostoso, se troca, e desce para tomar o café da manhã-disse todo carinhoso me dando um selinho e saindo da cama
-Ta bem feliz hoje-o olhei e ele estava com uma felicidade diferente
-Nem imagina o quanto-ele sorriu-agora desce logo amor
-Não vou demorar, já estou cheia de saudade do Bento

Tomei um banho rápido, coloquei qualquer roupa, e desci apressada para tomar o café da manhã, todos estavam sentados a mesa e pareciam bem felizes, as crianças ainda não tinham ido para a escola, nem Lucas ido trabalhar, Nicole e minha mãe fofocavam algo, e eu estava toda perdida vendo a alegria deles.

-Bom dia-disse para todos, que me responderam da mesma forma
-Bom dia meu amor-disse Luan segurando o meu rosto e selando meus lábios, já que me sentei ao lado dele
-Ta estranho isso-disse olhando para Luan, enquanto pegava uma torrada
-O que amor?
-Essa felicidade, animação de todo mundo-os olhei-parece que estão escondendo algo de mim
-Impressão sua-ele riu de canto-esta tudo normal
-Não sei não-o olhei desconfiada-já terminou de comer pra gente ir ver o Bento?
-Ainda não, e você nem comeu direito, então come tranquila que daqui a pouco a gente vai
-Luan, você sabe que eu não gosto de ficar esperando muito tempo para ir ver o Bento, e...
-Tudo bem, se quiser vamos indo-disse tomando seu ultimo gole de café e limpando a boca
-Vamos-peguei uma maçã para ir comendo
-Minha filha, você mal comeu-disse minha mãe
-Vou comendo essa maçã, preciso ir ver o meu filho

Seguimos para a garagem, entramos no carro, e Luan parecia não se conter de felicidade, até que ele me olhou todo sorrisos, e parecia não se segurar.

-Eu não posso mais esconder-ele dizia todo feliz-era para ser surpresa, mas como eu sei que é o que você mais quer, melhor eu te contar agora-disse me olhando-hoje de manhã acordei com o meu celular tocando, era do hospital, e eu fiquei assustado de inicio pensando que algo aconteceu com o Bento, mas na verdade tive a melhor notícia da vida-sorria bobo-nosso filho finalmente vai ter alta hoje amor, vamos poder trazer ele para casa
-O que?-o olhei sem acreditar e lágrimas caiam sem parar-não brinca comigo Luan
-Eu não tô brincando amor, hoje a gente trás o nosso filho com a gente
-Ai meu Deus, era o que eu mais queria-disse emocionada e no calor da emoção abracei o meu marido-vamos buscar o Bento amor, vamos buscar o nosso filho
-Vamos meu amor-ele sorriu emocionado-agora acabou essa rotina desgastante de ir todo dia no hospital
-Até que enfim-deixava lágrimas de felicidade cair-vamos logo meu bem, esta esperando o que?
-Vamos, eu só estou feliz demais por saber que o nosso filho vai vir para casa
-Eu mais ainda, era tudo o que eu queria

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Olá amoreees, capitulo beem pequeno, foi o que deu pra fazer, e pra deixarem vcs na curiosidade kkkk, Bento finalmente vai pra casa, e agora será que a Kemy vai ficar melhor? comenteeem bastante, sexta á noite ou sábado tem capitulo, então quero ler os comentários de vcs até lá, bjooos