162ºCapitulo

Decidi voltar para casa junto com Nicole para deixar as crianças, e como eu ainda estava um pouco irritado com Kemy, fui para casa sem a dizer nada, afinal ela esta com a minha mãe e a mãe dela, então esta sendo bem cuidada e acompanhada.

-Oi Cidoca, cê ta aqui sozinha muié?-cheguei a cumprimentando, enquanto ela aspirava o sofá da sala
-Tô cuidando da casa, fazendo o meu serviço, e antes que eu me esqueça, parabéns pelo nascimento do seu filho
-Obrigado-sorri todo bobo-meu garotão é muito lindo, logo ele esta em casa e cê vai conhecer ele
-Já o vi pelas redes sociais, que o senhor postou-ela sorriu de canto-é mesmo muito lindo
-Mal deu para ver direito-disse rindo-mas eu tenho mais fotos dele aqui, vou te mostrar

Mostrei as fotos que tirei de meu filho para Cida, e ela babava vendo o quando meu meninão é lindo. Nicole subiu com Alice para o quarto, para terem uma conversa, e Maria foi para o seu quarto guardar a mochila e colocar uma roupa mais confortável, então logo voltou correndo e pulando as escadas.

-Filha, cuidado para não cair e se machucar
-Eu tenho cuidado papai, é que é legal pular as escadas-disse toda sapeca
-Mas não pode fazer isso mocinha-a olhei bravo
-Querem que eu prepare um lanche?-Cida perguntou
-Não precisa não Cidoca, a gente já comeu antes de vir
-Comi só sorvete papai, então eu quero lanche-disse Maria me olhando
-Então vai com a Cida na cozinha, para ela fazer o seu lanche-beijei o rostinho dela que assentiu indo pegar na mão de Cida
-Vamos Maria, do que você quer o lanche?-disse Cida indo com a minha filha para a cozinha

Estava cansado, precisava de um banho, então subi para o meu quarto, e lá em cima eu pude ouvir o sermão que Nicole dava em Alice, ela era mãe e estava certa em repreender e conversar, e de certa forma me sentia orgulhoso por minha filha ter se tornado uma excelente mãe, me deu tanto trabalho, dor de cabeça, mas acho que tudo o que passei com ela valeu a pena, pois agora Nicole é mãe, esta mais madura, e se esforça ao máximo para educar Alice da forma certa. Tomei um banho, coloquei uma roupa mais fresca e me joguei na cama para descansar um pouco, eu sei que devia estar no hospital ao lado de Kemy, mas eu precisava respirar um pouco, e ela tambem, não queria discutir, nem brigar com ela, mas estava muito chateado pela forma que ela tratou a nossa filha, Maria é tão pura, inocente, e não entende o que esta acontecendo, ela é tão carente de carinho, de atenção, e sei que estava com saudades da mãe, só espero que depois que a Kemy ver o Bento, esse estresse passe, porque conforme o tempo passa, eu tenho menos paciência para ouvir e aturar certas coisas. Aproveitei o tempinho de descanso, e vi as mensagens que meus amigos e familiares me mandaram, vi as postagens dos fãs, então curti e comentei algumas coisas, e estava feliz por ter tanta gente que me ama, que ama a minha família e nos quer bem, vi em alguns sites falando do nascimento do meu filho, e as fotos que postei estampada em todo canto, eu era o papai do ano, e tambem vi comentarem o fato dele ter nascido prematuro, gente falando a mais, exagerando na notícia, e outros tentando especular melhor. Infelizmente ser famoso e ter um filho na minha idade, gera muita polêmica, ainda bem que não tive problemas para sair do hospital, soube que a entrada principal estava cheia de repórteres e jornalistas, então sai tranquilo pela saída dos fundos que poucas pessoas tem acesso, por isso ninguem sabe que estou em casa, ainda acham que estou no hospital, junto com a minha mulher.

-Já comeu o seu lanche Marivi?-a perguntei assim que entrou toda serelepe em meu quarto
-Comi sim, estava tão gostoso-disse subindo na cama
-Que bom-sorri a abraçando-agora esta com a barrigona cheia-fiz cócegas de leve em sua barriga e ela riu
-Papai, quando a mamãe e o meu irmãozinho vão voltar para casa?
-Não sei Marivi-suspirei-mas logo eles voltam-sorri de canto a olhando-só promete para o papai, que quando eles voltarem, você vai ter cuidado ao abraçar a mamãe, porque ela ainda esta muito sensível
-Eu queria abraçar a mamãe-disse chateada-mas se não pode, tudo bem
-Não é que não pode-suspirei sem jeito, e sem saber o que a dizer-é que precisa ser com cuidado, não pode chegar pulando, ou se jogando, tem que ser delicada e abraçar assim-a abracei de leve-bem devagar
-Ta bom papai, agora eu entendi-me olhou compreensiva-então vou abraçar a mamãe devagarzinho, para ela não ficar brava comigo
-Isso-sorri concordando-só que ainda vai demorar alguns dias para a mamãe voltar, então por enquanto você vai ficar com a Cida, com a Nick, com a sua avó, porque a mamãe ainda não pode vir para casa, e o papai tem que ficar lá com ela
-Mas eu não posso ir ver ela de novo? nem o meu irmãozinho?-perguntou chateada
-O papai vai dar um jeito de você ir de novo, eu prometo-beijei a testa dela-agora fica aqui quietinha com o papai, ou não estava com saudade de mim?
-Estava-disse me abraçando-muita, muita
-Tambem estava com saudade da minha princesa, muita, muita

Aproveitei para ficar um tempinho com Maria, ela era muito apegada a mim, e eu amava demais a minha pequena, mas já estava ficando tarde e eu precisava voltar para o hospital, os irmãos de Kemy chegaram da escola e queriam ir conhecer o sobrinho, Nicole ficou em casa com as crianças, e eu levei os meus cunhadinhos para conhecerem o Bento.

*Kemilly on.

O dia estava entediante, agoniante, Luan resolveu sumir, as enfermeiras só me enrolavam, e eu já não aguentava mais os conselhos de minha mãe e minha sogra, eu não podia dar uma mexidinha na cama, que elas já me mandavam ficar quieta, estavam me tratando como se eu fosse criança, e eu já não estava mais aguentando aquela agonia de não poder ver o meu filho.

-Oi, vim ver como esta a mais nova mamãe-disse doutora Denise entrando no quarto
-Até que enfim doutora, pensei que você tinha se esquecido que sou a sua paciente, porque demorou tanto? estou o dia todo sem saber do meu filho, sem saber quando vou sair daqui, sem...
-Kemy, se acalme-disse me interrompendo-eu demorei, porque tenho outras pacientes, consultas marcadas, e agora que tive um tempo para vim ver você, mas fique tranquila que em breve você vai poder ver o Bento, só precisa continuar com o repouso
-Que saco, não aguento mais ficar aqui, não posso mesmo me levantar?
-Amanhã de manhã você pode se levantar e dar uma caminhadinha de leve, mas por enquanto os pontos ainda são recentes, e você teve uma gravidez de risco, por isso estamos tendo todo o cuidado possível com você
-Então vou ter que esperar até amanhã, para sair daqui e ir ver o meu filho? que merda de hospital é esse? pensei que era o melhor de São Paulo, o meu marido esta pagando isso para que? para me impedirem de ver o meu filho e me deixarem nessa cama sem saber de nada?
-Kemilly, não fale assim-disse minha mãe me repreendendo
-Quer que eu fale como? eu já cansei de falar, vou ter que desenhar? que eu quero ver o meu filho, cadê o Bento? pensei que eu iria ficar com ele, o amamentar...
-Eu sei que esta sendo tudo muito confuso, tudo muito novo, mas mantenha a calma, agir assim só vai ser pior para você-disse doutora Denise com a calma de sempre, e isso me irritava
-Doutora, trás o meu filho pra mim, é querer demais? é pedir demais? eu sou apenas uma mãe que quer ver o próprio filho-a implorei já deixando lágrimas cair
-Vou ver o que consigo-disse doutora Denise suspirando e saindo do quarto
-Meu Deus Kemy, você esta muito alterada-disse minha sogra me olhando-você precisa se acalmar, se controlar, se continuar assim é capaz do seu leite se secar e...
-Nem fala isso para ela Marizete, do jeito que esta ficando paranoica-disse minha mãe a interrompendo e eu apenas as olhava
-Então é isso que eu estou sendo para vocês? paranoica? louca?-perguntei me sentindo ofendida
-Claro que não minha filha, você só precisa ser mais compreensiva, e entender que seu filho precisa de cuidados, e você precisa apenas ter paciência para esperar o momento certo para ver ele
-Mãe, eu já estou cansada de ouvir vocês repetirem isso pra mim, e tambem já estou cansada de vocês duas aqui-as olhei sincera-cadê o Luan? ele sumiu, ao invés de tentar fazer alguem trazer o Bento pra mim
-Ele saiu daqui bem irritado, deve voltar mais tarde-disse minha sogra
-Irritado? e qual o motivo? a unica que pode se irritar com algo aqui sou eu, ele pode ir ver o Bento a hora que quiser, e esta irritado porque?
-Não esta sendo fácil conversar com você e te entender minha filha-disse minha mãe suspirando me olhando
-Não mesmo-minha sogra concordou e elas se entreolharam
-Se não querem me aturar, podem sair, fico muito bem sozinha
-Para de agir assim Kemilly, não vamos te deixar sozinha-disse minha mãe
-Só estão aqui para me vigiar e não deixar eu sair dessa cama-bufei irritada

Ouvi alguem abrir a porta e toda hora que eu via aquela porta se abrir meu coração acelerava e eu me enchia de expectativa pensando ser alguem com o meu bebê, mas logo vi que era Luan e meus irmãos, o que fez toda a minha expectativa ser frustada mais uma vez.

-Oi tata-disse minha irmã se aproximando de mim
-Oi-disse seca
-A gente foi ver o Bento, ele é lindo-disse meu irmão
-Não precisa fazer inveja, nem jogar na minha cara que até vocês viram ele-deixei lágrimas cair, me sentindo injustiçada
-O tio Luan disse que ele precisa ficar na encubadora por enquanto-disse minha irmã
-Já cansei de ouvir isso, não precisam ficar reforçando
-O nível de chatice só aumentou, até um limão é mais doce, do que a Kemilly irritada-disse Luan rindo
-Se esta me achando chata, voltou porque?
-Porque infelizmente, você querendo ou não, eu sou o seu marido, pai dos seus filhos e eu me preocupo com você
-Já que o Luan chegou e passamos o dia todo aqui, melhor irmos tomar um café-disse minha mãe se entreolhando com a minha sogra-vamos tambem-disse para os meus irmãos que assentiram
-Depois a gente volta para se despedir de vocês, vou comer alguma coisa e ligar para o seu pai vir nos buscar-disse minha sogra conversando com Luan
-Ta bom mãe, vão comer, e não esquece de avisar quando forem embora
-Aviso sim meu filho

Minha mãe, meus irmãos e minha sogra saíram do quarto, me deixando a sós com Luan, ele estava com uma cara nada boa, e se sentou na cadeira ao lado da minha cama com uma cara séria.

-Como você esta?-perguntou em um tom preocupado, colocando sua mão sobre a cama, alisando a minha mão que estava estendida
-Não sei-suspirei-eu só quero o meu filho-deixei lágrimas cair-eu não sei porque eu estou assim Luan, as pessoas me irritam, ficar presa aqui me irrita, todos me falando que preciso descansar, que meu filho é prematuro, me irrita, e eu só quero poder ver ele, pegar ele, saber que ele esta bem
-Você esta passando por uma carga emocional muito forte-enxugou as minhas lágrimas-você acabou de ser mãe, e sei que esta difícil ter que ficar longe do nosso filho, mas tenta compreender, isso é pelo bem dele, e pelo seu
-Eu só queria ver ele-deixei lágrimas cair
-Logo você vai ver o nosso filho-beijou a minha mão-você esta muito agitada, tenta dormir um pouco, descansar
-Não sei se consigo, eu não paro de pensar no Bento, o imaginar-fechei os olhos me lembrando do pouco que o vi e deixei lágrimas cair-ele é tão pequeno, tão meu, e esta tão longe de mim
-Meu amor, seja compreensiva, você esta cheia de pontos na barriga, não pode se esforçar, e ele é prematuro, precisa de cuidados especiais pelo menos agora que acabou de nascer, eu conversei com a enfermeira que esta cuidando dele, o tempo todo ela esta por perto, ela disse que é preciso o bebê ficar um tempo na encubadora antes de ter contato com as pessoas, até mesmo com a mãe, porque a imunidade dele é muito baixa, o pulmão precisa madurar, e ele precisa ganhar peso, nosso filho é lindo, é forte, mas precisa desse cuidado especial por ter nascido antes do tempo
-E a culpa é toda minha-chorava-eu que me arrisquei a ter essa gravidez, e não pude o segurar até o fim, eu sou uma inútil, eu não devia ser mãe, eu...
-Kemy, para de dizer essas coisas-Luan tentava me acalmar-a culpa não é sua meu amor, para de se culpar, de pensar assim, o Bento é a coisa mais linda e preciosa que aconteceu na nossa vida-ele sorriu-ele é a nossa maior benção, então pense no lado bom, nas coisas positivas, você conseguiu engravidar, o gerar, e ele nasceu bem, saudável, pronto para receber o nosso amor, nosso carinho
-Luan eu...-ainda chorava e ele me interrompeu
-Se for para dizer besteira, e se culpar, melhor ficar quietinha-colocou o dedo indicador em minha boca-relaxa, pensa em coisas boas, tenta descansar, tenta dormir, que quando você acordar, o nosso filho vai estar aqui
-Será?-o perguntei em dúvida
-Tenho certeza que sim-sorriu alisando o meu rosto-agora tenta descansar meu amor, você passou por muita coisa esses dias, sei que não esta sendo fácil, que esta tudo bagunçado para você, mas logo as coisas vão estar no lugar, basta acreditar e ter paciência
-Vou tentar-o olhei chorosa e ele beijou a minha testa
-Eu estou aqui com você, e sempre vou estar

Me ajeitei na cama, sem me mexer muito devido os pontos, fechei os olhos e tentei pensar em coisas boas para conseguir dormir, mas eu só pensava em meu filho, e não iria conseguir dormir desse jeito.

-Não consigo-abri os olhos o olhando e ele riu de canto
-Fecha os olhos, que eu vou te fazer carinho e cantar para você-disse todo carinhoso

Fechei os olhos outra vez, senti o meu marido alisar os meus cabelos em um cafuné gostoso, e logo ouvi sua doce e suave voz perto do meu ouvido cantando a nossa canção, sorri por dentro e por fora, ele sabia como me fazer esquecer qualquer problema, qualquer preocupação, e me concentrar apenas em nós, e no amor que a gente sente. Ouvindo ele cantar, sentindo seus carinhos, sua presença e seu amor por mim, o sono foi vindo, e dormi que nem vi. Acordei sentindo beijos em meu rosto, e pela barba roçando na minha pele e o perfume único que tanto amo sentir, só podia ser o meu marido.

-Acorda meu amor-ouvi sua voz
-Já acordei-disse sonolenta ainda de olhos fechados-me acordou para que?-perguntei abrindo os olhos devagar e o olhando
-Porque você precisa comer
-Pensei que o meu filho estava aqui-olhei para os lados lamentando
-Amor, para de pensar no Bento e nessa ansiedade em ver ele, que quando você menos esperar, ele vai estar aqui
-Tomara-suspirei
-Senta devagar-ele me ajudou a me sentar na cama-e é hora de comer, mamãe mais linda-beijou o meu rosto colocando a bandeja de comida sobre minhas pernas
-Que horas são?-perguntei vendo que parecia escuro lá fora
-Já são sete da noite, então come, que depois é o seu banho, hoje eu posso te ajudar-sorriu safado
-Nossa, que empolgante-disse sem animo-eu gorda, inchada, cheia de pontos, preferia que as enfermeiras me ajudassem
-Para de ser boba-ele riu-você esta linda, minha bolinha inchadinha-mordeu minha bochecha
-Para de fazer graça Luan, sei que meu rosto esta parecendo uma bola, meu corpo esta parecendo uma bola, não precisa me lembrar disso, já me olhei no espelho
-Credo, já acorda de mal humor, Deus me livre se você continuar assim, preferia ter casado com um limão
-Então esta esperando o que? ainda da tempo, seja feliz com quantos limões você quiser
-Tô só brincando-ele riu-você esta muito estressada, pensei que as mulheres ficavam mais meigas e delicadas depois que se tornavam mães
-Luan, para de me encher o saco, você é lindo calado
-Digo o mesmo sobre você, então come que é melhor-disse enfiando um pedaço de maçã em minha boca
-Eu tenho mão, não precisa me dar na boca
-Então come e para de me encher Kemy

O olhei magoada pela forma que ele falou comigo, e comi um pouco do que levaram pra mim. Depois de comer, Luan me ajudou a sair da cama, e me levou no colo até o banheiro, não queria que ele me desse banho, e acabamos discutindo enquanto ele tentava me ajudar no banho, me sequei sozinha, e para me vestir devido sentir um pouco de dor nos pontos e ficar com medo deles abrirem o pedi ajuda para me trocar, e me colocar de volta na cama.

-Você é muito teimosa, credo-ele reclamava
-Ta bom Luan, já entendi, se quiser pode ir embora, eu fico muito bem sozinha
-Eu não vou te deixar sozinha, ainda mais no estado que você esta, parece que ao invés de ganhar mais juízo depois de ser mãe, perdeu o pouco que tinha
-Ta me chamando de sem juízo agora?
-Entenda como quiser Kemilly, só cala a boca, deita e dorme, para me deixar em paz-disse Luan indo se deitar no sofá
-Vai dormir você, se eu não quiser, eu não durmo
-Ta bom Kemilly, boa noite, e para de dar chiliques, vou tentar dormir, e você se ainda tiver um pouco de juízo, faça o mesmo-disse se virando para o canto e colocando uma almofada no rosto
-Grosso-o xinguei e ele fingiu não ligar

Luan continuou na mesma posição, e eu estava sem sono nenhum, me sentia estranha, que uma parte de mim faltava, ainda mais quando olhava para a minha barriga, deixei lágrimas cair, só queria o meu filho comigo, o meu Bento, era tão bom quando ele estava dentro de mim, mas agora eu sentia medo, e estava insegura com ele longe de mim, ele estava desprotegido, e eu morreria se qualquer coisa acontecesse com ele. Estava ficando agoniada presa naquela cama, Luan parecia ter dormido, e eu precisava de alguma forma ver o meu filho, olhei a escadinha ao lado da cama, se eu me levantasse e descesse devagar não iria dar nada, eu me sentia bem, então aos poucos coloquei meus pés para fora da cama, e senti doer um pouco os meus pontos quando pisei na escadinha, mas era uma dor suportável, então consegui descer e ficar de pé. A passos lentos fui para perto de Luan e me certifiquei que ele dormia, o ouvi conversar sozinho, esse era o sinal que ele já estava até sonhando, o meu marido tem essa mania de conversar enquanto dorme, então se eu sair, ele nem vai saber ou notar. Abri a porta do quarto, e continuei andando devagar, os pontos doíam um pouco a cada passo que eu dava, li pelas placas aonde ficava o berçário, e para a minha surpresa era logo ali do lado, um vidro enorme separava os quartos da maternidade, e eu fui feito louca procurar o meu filho, sentia que ele estava perto, mas eu estava toda perdida ali dentro, e não sabia ao certo em qual parte estava o meu filho. Continuei andando feito barata tonta, até encontrar uma porta que parecia dar acesso ao berçário, e quando fui abrir, senti alguem tocar o meu ombro.

-Você ficou maluca de vez?-o ouvi me dizer todo bravo, com o tom de voz mais baixo, era Luan
-Que susto, maluco é você de me assustar assim-o olhei assustada
-Kemilly, você não devia ter saído da cama, vamos voltar agora-disse indo me pegar no colo e não deixei
-Não, eu já vim até aqui, eu só saio depois que ver o meu filho
-Kemilly, como você é teimosa-ele suspirou irritado-ai dentro você não pode entrar-disse me puxando
-Porque não? tem ninguem vendo-fui abrir de novo a porta
-Mesmo assim, não pode, tem bebês ai dentro, você não pode ir entrando, é uma área restrita-me mostrou a placa que só entrava quem é permitido e eu revirei os olhos
-O nosso filho esta aqui, não esta?-o perguntei e ele assentiu
-Sim, mas se quer vê-lo vem cá então-me puxou pela mão para o outro lado e vi alguns bebês ali dentro através de um vidro
-Cadê ele?-perguntei o procurando desnorteada
-Calma, ele esta ali-me apontou o mais pequenininho na encubadora e lágrimas desceram
-É o meu bebê?-perguntei sem acreditar
-Sim meu amor-ele sorriu de canto
-Meu filho-coloquei as mãos no vidro e chorei pois não podia o tocar-meu Bento
-Viu só, ele esta sendo bem cuidado ali-Luan me abraçou enquanto eu chorava-ele é muito pequeno meu amor, por isso tem que ficar ai
-Mas ele parecia maior quando nasceu, quando eu segurei ele-olhei Luan sem entender
-É que você estava meio anestesiada, no calor do momento acabou não o vendo direito, e realmente ele nasceu um pouquinho maior, porque estava inchado, isso é super normal, mas agora ele esta ali, para ganhar peso, e poder ir para casa com a gente
-Ele não pode ficar no quarto comigo? só colocar uma dessas lá dentro
-Amor, não é simples assim-Luan suspirou
-Boa noite, desculpa mas vocês não podem ficar aqui-apareceu uma enfermeira ali
-Como não? você é quem para me impedir? o meu filho esta ali dentro, e se eu não posso entrar para pegar ele, vai me impedir de ver ele por aqui tambem?-disse com toda raiva do mundo e ela me olhou arregalada
-Me desculpa senhora, é que...
-Senhora a sua mãe, eu não sou velha, eu sou só uma mãe que quer poder ver o próprio filho, agora é algum crime isso?-deixava lágrimas cair em meio a toda irritação
-Pronto, você já viu o nosso filho, melhor a gente voltar para o quarto-disse Luan tentando me tirar dali
-Eu não vou voltar, me deixa ver ele-olhei o meu filho enquanto chorava-meu amor, a mamãe esta aqui-tocava o vidro inconformada-moça, eu não posso ver ele?-perguntei a enfermeira
-No momento não é permitido visitas, e você devia estar de repouso em seu quarto-disse a enfermeira
-Você tem filhos?-a perguntei
-Tenho
-Então se você é mãe, tenta me entender-chorei a implorando-por favor, me deixa ver o meu filho
-Kemy, melhor a gente voltar-disse Luan-me desculpa moça, ela saiu sem eu perceber, esta toda alterada, então não liga para ela-disse para a enfermeira e eu o olhei inconformada
-Eu não estou alterada Luan, eu só quero poder ver o meu filho, se não quer ajudar, saí daqui, e me deixa sozinha
-Por favor, façam silêncio, os bebês estão dormindo, e o melhor é você ouvir o seu marido-disse a enfermeira
-Quer saber? que se foda as regras, e vocês dois, porque eu vou ver o meu bebê, ele precisa de mim-os olhei cheia de raiva e fui decidida a entrar ali dentro
-Kemy, para com isso, você esta agindo igual louca-disse Luan me segurando
-Você ainda não me viu louca, então me solta-tentava me soltar dele e a enfermeira apenas olhava tudo arregalada
-Kemilly, você não vai em lugar nenhum, se não me ouve, e não tem noção das coisas, vai voltar a força para o quarto-Luan me pegou no colo e eu o batia para me soltar
-Me solta, eu vou ver o meu filho, Luan, para de ser chato
-Para de escândalo, estamos em um hospital

Luan me levou a força de volta para o quarto, e eu o xingava de todos os nomes possíveis, o dava tapas, e fiquei muito brava por ele ter feito isso comigo.

-Eu te odeio-chorei esmurrando o peito dele, que me colocava em cima da cama
-Pode me odiar á vontade, você esta fora de si, nunca que eu ou qualquer pessoa em sã consciência te deixaria entrar no berçário
-Eu só queria ver o meu filho, meu bebê, você parece que não se importa com ele-deixei lágrimas cair-nem se importou para que eu fosse o ver
-Kemy, olha as coisas que você esta dizendo, pelo amor de Deus, você esta ficando louca, a gente não pode ir invadindo a sala de um hospital, onde tem vários bebês que precisam de cuidados
-Eu tô nem ai, eu devia ter entrado ali dentro, pegado o meu filho e ido para bem longe-disse chorando
-Meu Deus, você esta ficando mais louca do que eu imaginava-me olhou assustado
-Senhor, ela ainda esta descontrolada?-vi a enfermeira entrar ali dentro
-Muito, pelo amor de Deus, da um jeito nisso-ele a pediu e vi ela vir com uma injeção para o meu lado
-Eu não preciso disso, eu só preciso do meu filho-relutei para ela não me aplicar aquilo, mas Luan me segurou
-Isso é para o seu bem Kemilly-o ouvi dizer isso e senti ela me picar com a injeção
-Eu só quero o meu bebê-continuei chorando desesperada-Bento, a mamãe te ama, meu bebê, meu filho, Bento...

Fui sentindo minhas forças irem embora, meu corpo pesar e só lembro de ter apagado de vez.

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Olá amores, Kemilly enlouqueceu de vez? foi preciso injeção pra ela apagar, será que ela vai ficar melhor quando ver o Bento ou a coisa vai piorar? será que isso é depressão pós parto? super proteção? comenteeeem bastante, e gosto de ver quando vocês interagem no grupo da fic, espero que estejam gostando, e logo vocês vão entender o que está acontecendo com a mais nova mamãe, não se esqueçam de COMENTAAR, bjooos