sábado, 12 de janeiro de 2019

213ºCapitulo

*Cristina on.

Após Carlos finalmente ter o seu plano traçado, ele me fez ligar novamente para Nicole e ter garantia que o dinheiro estava com eles, eu não queria continuar nisso, mas ele estava com uma arma apontada para a cabeça da Isabella, e mesmo com raiva de mim mesma por fazer isso, outra vez tentei ser fria e perguntar apenas do dinheiro, mas dessa vez quem atendeu foi Luan, o que já era esperado, pois ele sempre defendeu Nicole de tudo e todos, e por ela eu sei que ele faria qualquer coisa.

-Que gracinha é essa que quis fazer, tentando mudar a voz?-Carlos me deu um tapa
-Eu falei do jeito que me pediu-o olhei com raiva
-Eu não sou idiota Cristina, quase que você colocou tudo a perder, se da próxima vez fizer isso de novo, já sabe o que acontece com a sua netinha-disse apertando a minha garganta e eu assenti
-Prometo ser mais fria ainda, da próxima vez
-Gosto assim-sorriu malicioso-agora vamos sair daqui, porque com certeza a polícia esta vindo

Carlos nos desprendeu da cadeira, mas manteve as nossas mãos amarradas, e nos fez sair do quarto, voltar até a garagem, entrar no carro, e finalmente sair da casa, ele realmente pensou em tudo, o que fazia o meu medo por ele ficar cada vez maior.

-Qual o seu outro cativeiro?-o perguntei enquanto o via dirigir
-Não vai ter graça, se eu contar antes da hora

Isa estava com muito medo, e me deu muita pena a vendo com as mãozinhas amarradas e a boca tampada, ela chorava em silêncio olhando com medo para Carlos, então mesmo sem conseguir direito, tentei a abraçar, e quando o rostinho dela encostou em meu ombro a senti quente.

-Isa, você esta com febre-a olhei e ela parecia com frio-Carlos, para em uma farmácia, e compra um remédio para febre, ela esta quente
-É o calor Cristina, agora se preocupa com febre de criança?-me olhou rindo pelo retrovisor-quando as nossas filhas tinham febre você nunca se preocupou, e nem sabia qual remédio que tinham que tomar
-Porque sempre teve gente para cuidar delas, mas agora é diferente Carlos
-Diferente porque Cristina? não começa a inventar história para tentar fugir, pois eu não vou cair nessa-me olhou sério
-Eu não estou inventando, ela esta com febre, precisa de um remédio-o pedi desesperada
-Não temos tempo para comprar remédio nenhum, agora fica quietinha ou vou tampar a sua boca tambem

Seguimos para o outro cativeiro, e eu estava tão preocupada com a febre de Isabella, que nem percebi onde era.

-Chegamos-disse Carlos estacionando o carro-as duas vão descer bem comportadinhas agora, ou já sabem o que acontece-nos apontou a arma e assentimos com medo

Descemos do carro, e só então que eu reconheci o local, estava todo sujo, e totalmente abandonado, eu nunca mais tinha passado por perto, e nem sabia o que virou ali, e mesmo não sendo mais a minha agencia, me bateu um vazio tão grande vendo que aquilo tudo era meu e hoje esta uma completa ruína.

-Não acredito que nos trouxe na minha antiga agencia-o olhei sem acreditar
-Ainda tinha a chave daqui, e como esta abandonado, pensei que seria bom para usarmos de novo Cristina-disse abrindo a porta-não sente saudades daqui, meu amor?-disse com ironia e nos fez entrar
-Parece que estou em um pesadelo, dentro do lugar que eu tanto lutei para conquistar, que já foi meu, mas agora se compara a um lugar mal assombrado, com toda essa sujeira, e com você como monstro nos mantendo presas-disse o olhando irritada
-Se o local é mal assombrado, é porque uma bruxa viveu por aqui muitos e muitos anos-disse rindo na minha cara-agora que tal mostrar para a sua netinha a agencia que você perdeu, ela vai adorar conhecer
-Vai para o inferno Carlos-disse indo para a minha antiga sala abraçada com Isa e ele veio atrás
-Saudades da sua sala?-perguntou irônico-vou te deixar á vontade, afinal ela é toda sua
-Me faria um favor, se me deixasse sozinha aqui
-Para você tentar escapar, por conhecer cada cantinho desse lugar?-riu me olhando-não sou burro a essa ponto Cristina, agora se quiser ficar na sua sala eu deixo, mas tem que ser sobre as minhas condições-nos apontou a arma e nos fez sentar em um pequeno sofá todo empoeirado, da minha antiga sala
-Carlos, ela ainda esta com febre, e agora esta tossindo-Isa estava toda quente e tossia muito, de um jeito que me dava dó
-Deve ser a poeira, mas ela logo acostuma-disse sem se importar, enquanto brincava com a sua arma sentado na minha antiga cadeira
-Vai ficar tudo bem Isa-a abracei como pude
-Estou cada vez mais comovido com essa sua encenação-ele ria nos olhando-quero ver quando chegarem com a grana, para trocar no lugar da garota, se você vai continuar agindo assim, o seu ponto fraco é o dinheiro Cristina, eu te conheço o suficiente para saber que vai cair no mundo comigo de novo, depois que recebermos a recompensa
-Nesse caso, eu prefiro voltar para a cadeia, do que passar mais um minuto ao seu lado, até o inferno é melhor
-Então quem sabe você não vai para lá, depois que isso tudo acabar-ele riu-porque gente para te mandar para lá, vai ter de sobra
-Carlos, da para calar a boca-disse não aguentando mais ouvir ele-se eu tenho que ficar presa nesse lugar com você, fica quieto pelo menos
-Tudo bem Cristina, você só vai ser útil pra mim para entrar em contato com a família da criança, então não preciso ficar batendo papo com você

*Nicole on.

Quando a policia disse que tinham a localização da onde vinha a ligação de Cristina, eu fiquei mais aliviada, e torcia para que aquela mulher fosse presa de novo, e dessa vez eu queria estar lá para ver.

-Filha, é melhor ficar em casa, deixa os policiais cuidarem de tudo-meu pai me pediu
-Não pai, eu quero ir junto, é a minha filha
-Luan, esta todo mundo preocupado com a Isa, a Nicole é mãe, então acho justo ela vir com a gente-disse Lucas-nós queremos estar juntos, quando a nossa filha for resgatada
-Se os meus pais vão, eu tambem vou-disse Alice me abraçando
-Tudo bem, vamos ficar em um carro atrás da policia-disse meu pai

Seguimos para o local seguindo os policiais, e o meu coração estava a mil, eu pedia a Deus para ter logo a minha filha em meus braços, pois era angustiante demais essa situação, só queria a minha pequena perto de mim, para protege-la e nunca mais deixar uma louca como Cristina se aproximar dela.

-Parece que é aqui-disse meu pai estacionando o carro um pouco atrás dos policiais e eu já fui descer do carro, mas Lucas que estava comigo no banco de trás me segurou
-Não Nicole, é perigoso, se a nossa filha esta lá dentro, não vamos correr riscos
-Mas eu quero resgatar ela Lucas-o olhei deixando lágrimas cair
-Eu tambem quero resgatar a nossa filha meu amor, mas agora vamos deixar a policia agir
-Vou perguntar o que está acontecendo, e por favor, fiquem no carro-disse meu pai olhando pra mim e para Lucas
-Vai dar tudo certo mãe, logo a pirralha vai estar aqui com a gente-disse Alice segurando a minha mão enquanto olhava pra mim do banco da frente
-Eu sei-deixei lágrimas cair-obrigada por estarem comigo-olhei para ela e Lucas me abraçou
-Sempre vamos estar com você meu amor, sempre-disse beijando a minha testa

O tempo parecia não passar, e eu estava ficando agoniada sem respostas dos policiais, ou do meu pai, que estava conversando com um policial.

-E então pai, eles acharam ela dentro dessa casa?-perguntei receosa, vendo que ele entrou no carro com uma cara não muito boa
-Filha-ele suspirou-os policias vasculharam a casa, mas não encontraram ninguem e...
-Isso não é possível, ela esta ali sim-disse querendo sair do carro, mas Lucas me segurou-eles precisam olhar direito, é da minha filha que estamos falando
-Nick, tenta se acalmar-Lucas me segurava
-Como que eu vou me acalmar, sabendo que a minha filha não esta ali, quero saber quem foi que rastreou aqui, estão fazendo tudo errado-comecei a chorar em meio ao desespero
-Melhor a gente voltar para casa-disse meu pai visivelmente abalado, ligando o carro
-Não pai, a gente não pode ir embora, a Isa precisa da gente-o pedi em meio ao choro
-Mãe, foi alarme falso-Alice me olhou com cara de choro-mas se acalma, vamos encontrar a Isa
-Vocês só sabem me mandar ficar calma, mas não fazem ideia do que eu estou passando-os olhei chorando muito-eu quero a minha filha, Lucas, precisamos ir atrás da nossa filha-o olhei desesperada
-Nós vamos encontrar ela Nicole, a policia logo vai achar mais pistas
-Esses policiais não fazem nada direito, a minha filha não esta ali, como vou confiar neles Lucas? a nossa filha precisa de nós, ela precisa de mim
-Nick, não esta sendo fácil para ninguem-Lucas me abraçou respirando fundo-se acalma por favor, te prometo que vamos achar a nossa filha
-Pai, vamos procurar ela, não vamos mais depender só da policia-o olhei chorando desesperada-por favor
-Filha, não sabemos por onde procurar-o meu pai estava abalado
-Talvez a minha mãe não esteja errada-disse Alice-devíamos procurar alguns lugares onde a Cristina tenha acesso, ou sei lá
-Isso-concordei com ela-vamos procurar por essa desgraçada, ela não deve ter ido longe, ela esta sem dinheiro, então não tem muitos lugares para se esconder
-Melhor a gente voltar para casa, esta todo mundo com a cabeça quente com essa situação-disse Lucas
-Pai, por favor, vamos procurar pela Isa, o meu coração esta apertado, eu sinto que ela precisa de mim-olhei para o meu pai o implorando enquanto chorava e ele parecia pensativo, distante
-Filha, isso é loucura, eu não estou com cabeça para ficar dirigindo e...
-Mas ela é a minha filha, é a sua neta, quando a Maria foi sequestrada você andou feito louco pela cidade, agora quando é a minha filha, o que custa fazer o mesmo?-disse irritada
-Nicole, não desconta a sua raiva em seu pai, ele tambem esta sofrendo com isso-disse Lucas-a decisão é sua Luan, se vai querer entrar nessa de procurar a Isa pela cidade-disse Lucas olhando para o meu pai que estava pensativo
-Vamos vô, só assim a minha mãe vai se acalmar-disse Alice conversando com ele lá na frente
-Melhor acabarmos com isso logo-disse meu pai respirando fundo-me diz então, aonde você acha que devemos procurar Nicole?-me olhou pelo retrovisor
-Eu não sei-disse sem pensar em nada
-Que tal começarmos pelo bairro aonde ela mora, ou morava?-disse Alice sugerindo-nas séries que assisto, é assim que encontram os vilões
-Alice, isso é vida real-Lucas a disse
-Eu sei pai, mas como diz o ditado, a vida imita a arte, e não custa tentar

Então mesmo sem a policia saber, começamos a procurar por minha filha em alguns lugares onde a Cristina poderia estar, e estávamos sendo guiados apenas pela esperança, pois não fazíamos ideia de onde ela realmente estava. Depois de zerar a gasolina do meu pai, paramos em um posto para abastecer, e eu chorava dentro do carro com medo de não encontrar a minha filha, já fomos em tantos lugares, até em bairros desconhecidos, com esperança de a encontrar, mas tudo parecia óbvio demais e a cada minuto sem saber se a minha filha estava bem, o meu coração ficava cada vez mais angustiado.

-Comprei água para você mãe-disse Alice me entregando uma garrafinha d'água-tem alguns lanches, e salgados na conveniência do posto, você precisa comer
-Não estou com fome-disse após beber um pouco da água
-E então, querem continuar com isso?-meu pai perguntou entrando no carro com uma lata de coca cola
-Eu não sei de mais nada-disse já cansada de tanto andar pela cidade
-Esta ficando tarde-disse Lucas me abraçando-melhor voltarmos para casa
-A policia não entrou em contato de novo?-perguntei ao meu pai que olhava o celular
-Parece que viram o mesmo carro andando pela cidade, minutos depois da ligação que a gente recebeu, mas esta difícil de rastrear, a Cristina esta sendo muito esperta em desviar dos radares
-Acho que sei uma forma da gente achar a Isa-disse Alice digitando alguma coisa em seu celular-talvez se formos nas ruas sem radar, a gente consiga achar
-Sei que esta empolgada com tudo isso Alice, mas acho que o melhor é voltarmos para casa-disse perdendo as forças e as esperanças, pois estava cansada e essa nova ideia poderia nos levar a diversos lugares da cidade
-Mãe, estou pesquisando os bairros e ruas sem radar da cidade, talvez a gente deveria ir em alguns, o que custa tentar? é da Isa que estamos falando
-Eu quero ir para casa-disse deitando a minha cabeça no ombro de Lucas-a minha cabeça já esta doendo, toda essa busca esta me deixando pior, sem encontrar nada
-Mãe, cade o seu otimismo? a sua esperança? a Isa precisa de nós, a policia esta ajudando, mas se estamos a procurando por conta própria, não vamos parar agora
-Alice, já estamos a horas andando de um lado para o outro nesse carro, e eu já estou cansado de dirigir-disse meu pai a olhando-sei que quer tanto quanto a gente encontrar a sua irmã, mas isso não esta nos fazendo bem fisicamente, nem emocionalmente, a sua mãe esta esgotada, e nós tambem, então o jeito é esperar a Cristina entrar em contato de novo, para sabermos realmente aonde ela esta com a Isa
-Tudo bem, eu sei que esta todo mundo cansado, esgotado, estressado, e desesperado sem noticias, mas eu quero encontrar a minha irmã, não aguento ver a minha mãe sofrendo desse jeito, eu sei que não sou a melhor filha do mundo, mas se eu posso ajudar a trazer a minha irmã de volta, eu quero tentar até o fim-disse Alice firmemente decidida
-Filha, não precisa fazer isso-a olhei deixando lágrimas cair-você e a Isabella são tudo pra mim, eu sei que quer ajudar, mas a gente não sabe aonde aquela louca esta, procuramos por tantos lugares prováveis e improváveis, que só nos frustamos mais e...-estava tão atordoada, angustiada, mas ao ouvir o celular tocar, o meu coração acelerou e eu sabia que era ela-é a desgraçada-disse vendo o nome dela na tela do meu celular, e antes que alguem falasse alguma coisa eu atendi

*Ligação*

-Na onde você esta com a minha filha, sua louca?
-Só liguei para falar o local onde vamos fazer a troca-disse friamente
-Tudo bem, vamos acabar logo com essa palhaçada-disse irritada ao ouvir a voz daquela mulher
-Amanhã ás 08:00 horas em ponto, quero que venha sozinha e me entregue uma mala com o dinheiro em frente a minha antiga agencia, e após conferir o dinheiro, a menina vai ser solta
-Tudo bem Cristina, você...-ela desligou na minha cara, após eu a confirmar

*Ligação*

-MALDITA-gritei jogando o meu celular no chão do carro-eu odeio essa mulher-chorei de raiva
-Eu sei, a gente tambem odeia-disse Lucas me abraçando-mas o que ela disse?
-Quer que a troca aconteça amanhã ás 08:00 horas, em frente a antiga agencia dela, é pra mim ir sozinha e...
-É ISSO-disse Alice me interrompendo, enquanto eu explicava os planos daquela bruxa-elas estão na antiga agencia dela
-Seria muito óbvio estarem ali agora-disse Lucas
-Pai, custa nada tentar, vamos lá vovô-disse Alice cutucando o meu pai-agora
-Isso parece loucura, mas é a unica pista que temos-disse o meu pai nos olhando
-Então vai para lá pai, e se aquela desgraçada estiver lá, eu vou acabar com ela-disse cheia de raiva

*Cristina on.

-Ótimo-disse Carlos após desligar o celular-agora que o local esta pronto, temos que ir para o esconderijo
-Outro esconderijo?-disse já cansada dessas armações malucas dele
-Eu não sou idiota, agora que sabem que vai ser aqui em frente a troca, a policia com certeza vai vir vasculhar o local
-Carlos, então porque viemos para cá?
-Para despistar a policia, e te fazer relembrar o que perdeu-disse rindo
-A Isabella finalmente dormiu, a febre parece que abaixou um pouco, mas ela não esta bem para ficar indo e voltando
-E quem disse que eu me importo? faz ela acordar logo, enquanto eu preparo as coisas para sairmos daqui, seja rápida

Carlos saiu dali e eu deixei lágrimas cair, já estava cansada dele falando no meu ouvido, e da pressão psicológica que ele estava fazendo em mim, a policia tinha que chegar aqui logo, mesmo que eu voltasse para a cadeia, lá era o lugar que eu merecia depois de tudo o que fiz de ruim, Carlos ficou me relembrando do meu passado obscuro e do quando eu era tão obcecada por dinheiro quanto ele, isso estava doendo muito, com certeza esse era o meu inferno particular e um peso que vou carregar para sempre.

-Me desculpa Isa-disse olhando o rostinho cansado dela, que dormia encostada em mim-eu não queria que isso tivesse acontecido com você-deixava lágrimas cair
-Cristina, acorda logo a garota, ou vou ter que fazer isso sozinho?-disse Carlos aparecendo ali de novo-daqui a pouco a policia pinta aqui, não temos tempo
-Eu não quero ter que acordar ela a força, ela esta muito mal, Carlos, por favor, tenha pena, ela é só uma criança-o olhei enquanto chorava
-Você esta sendo ridícula agindo desse jeito, e como não vai acordar a menina por bem, eu vou a acordar por mal-disse vindo todo grosso dar uns chaqualhões na Isa-acorda pirralha, acorda, precisamos ir
-Assim você vai machucar ela-gritei vendo ele levantar ela a força, e ela estar toda assustada
-Para de drama Cristina, vamos logo-disse já apontando a arma para nós e nos obrigando a sair da sala

Eu estava cansada, fraca, e Isa com certeza estava pior do que eu, por isso não iria revidar, estávamos na mão desse psicopata, e eu só torcia para que isso tivesse fim logo.

-Droga, alguem nos descobriu-disse Carlos nos fazendo parar, ao ouvirmos barulho de gente na porta da agencia
-SOCO...-fui gritar por socorro e ele tampou a minha boca
-Cala a sua boca-me olhou furioso-se der mais um grito, eu atiro na menina-disse apontando a arma para Isa que chorava de medo-agora temos que nos esconder aqui, culpa sua e dessa garota que ficou nos atrasando
-Você não vai sair impune dessa, não tem muitos lugares para se esconder aqui-disse ouvindo as pessoas tentarem abrir a porta
-Se a policia invadir, e descobrir que estamos aqui, vocês duas morrem-disse nos ameaçando-agora andem

Nos forçou a entrar em uma das salas que ficam no fundo da agencia, e como ali tinha várias caixas, fitas, cadeiras e móveis quebrados, nos prendeu em duas cadeiras, e tampou a minha boca enquanto eu chorava por viver essa tortura.

-Droga, você botou tudo a perder Cristina, o meu plano era perfeito até você estragar tudo-Carlos dizia me apontando a arma-pode chorar á vontade, porque você vai morrer, com a sua filhinha e toda a família dela te odiando, você pra mim não tem mais nenhuma serventia, eu posso te matar que ninguem vai sentir a sua falta, e depois eu uso a garota como refém, ou melhor, posso dizer que salvei a garota do seu esconderijo, ou algo assim-disse rindo feito louco-e já pensou eu ainda ganhar recompensa e ser o herói da história? isso eu não tinha planejado, mas seria a versão perfeita contada por mim-disse colocando a arma na minha cabeça e eu fechei os olhos esperando que ele fosse apertar o gatilho

*Nicole on.

Após ter a informação que a troca seria em frente a antiga agencia de Cristina, meu pai, Lucas e Alice concordaram em irmos até lá para ver se era o local onde Isa poderia estar sendo mantida refém.

-Esta trancada a porta-disse Lucas ao tentar abrir a porta da frente da agencia
-Que lugar horrível, esta abandonado a séculos-disse Alice olhando pelo vidro
-E se tentarmos arrombar a porta?-sugeri vendo que nem o meu pai ou o Lucas conseguiam abrir a porta
-Não tem nenhuma outra entrada? seria mais óbvio tentar por lá-disse Alice
-Espera, acho que tem uma entrada no fundo-disse meu pai-lembro que quando a Cristina abriu essa agencia, a entrada era do outro lado, talvez ainda funcione a antiga entrada
-Estou adorando isso, esta igualzinho as séries que assisto-disse Alice empolgada
-Alice, isso é sério, não é hora de se imaginar em um filme-disse com o coração na mão

Fomos atrás da outra entrada, e foi difícil conseguir achar, mas assim que a encontramos, a fechadura parecia quebrada, então conseguimos entrar.

-Acho que mendigos estiveram aqui-disse Lucas ao ver colchões, e cobertores por ali
-Pois é, acho que eles que devem ter arrombado aquela fechadura-disse meu pai
-Credo, esta parecendo casa mal assombrada-disse Alice-e se tiver algum mendigo aqui?
-Parece ter ninguem-disse Lucas indo na frente e abrindo algumas portas
-Eu estou sentindo algo estranho-disse após sentir um aperto muito forte no peito desde que entramos
-Aqui é grande, mas o centro de moda da tia Kemy é muito melhor-disse Alice
-Vamos procurar cada um em uma parte-sugeri
-Esta parecendo o desenho do Scooby doo, se dividindo para investigar a casa mal assombrada-disse Alice rindo
-Filha, não começa-disse sem humor, nem paciência
-Acho que estamos no lugar errado, não gosto de ficar aqui-disse meu pai
-Eu estou sentindo algo estranho aqui, então acho que é bom a gente procurar-os disse
-Mas todos juntos, porque não sabemos do que a Cristina é capaz-disse Lucas
-Quietos-pedi ao escutar um barulho
-O que foi mãe?-Alice perguntou
-Parece que ouvi alguem-disse sentindo o meu coração bater mais forte
-Tambem ouvi-disse meu pai-acho que veio dali

Seguimos até um corredor onde ficavam algumas portas, e ficamos em silêncio para ver se escutávamos alguma coisa, e eu cada vez sentia o meu coração acelerar mais, até que decidi no impulso abrir uma das portas, onde vi a minha filha e Cristina amarradas, e um cara com a arma apontada para a cabeça da Cristina, que estava de olhos fechados chorando.

-SOLTA A MINHA FILHA AGORA-gritei ao ver aquilo e o cara se virou nos apontando a arma
-Que ousadia vir até aqui
-VOCÊ É UM MONSTRO-gritei querendo ir para cima dele, e o meu pai me segurou
-Nicole, ele esta armado, não faz besteira-disse meu pai tentando me segurar
-Cara eu não sei quem é você, mas solta a minha filha-disse Lucas tentando conversar com aquele louco, enquanto ele apontava a arma para nós
-ELE ERA CASADO COM AQUELA LOUCA-disse descontrolada tentando me soltar-EU TE ODEIO, SEMPRE TE ODIEI, SOLTA A MINHA FILHA DESGRAÇADO
-Nicole, para-meu pai tentava me segurar e Lucas teve que ajudar
-O sentimento é reciproco querida Nicole, acho melhor ouvir o seu papaizinho, ou então vai assistir a sua filhinha levando um tiro-disse apontando a arma para a minha filha, que chorava assustada
-VOCÊ NÃO VAI FAZER NADA COM ELA-estava fora de mim e queria ir para cima dele
-Ou então podemos negociar pessoalmente, a vida da sua filhinha pelo dinheiro
-Cara, por favor, solta ela, a gente pode negociar o que você quiser-disse Lucas
-Não estou afim de fazer negócios com você, mas com ele, quem sabe-disse apontando para o meu pai
-O que você quer, para soltar a minha neta?-meu pai o perguntou
-Os cinquenta milhões esta bom, afinal, vocês já devem ter separado o dinheiro, não é
-Claro que sim-disse sem pensar
-Bom saber-sorriu ganancioso-tem quantas pessoas ai?-ele perguntou apontando a arma pra gente e nos olhando desconfiado
-Só nós três-disse meu pai
-Pensei ter ouvido mais alguem-disse saindo da sala para conferir e nos apontando a arma do lado de fora-aonde esta a grana?
-O dinheiro não esta aqui-disse meu pai
-Você deu a resposta errada-disse encostando a arma na minha cabeça
-Cara, vamos resolver isso na boa-disse Lucas visivelmente com medo, ao me ver na mira dele
-Vamos fazer assim, vocês vão buscar o dinheiro, comigo supervisionando tudo, enquanto as duas vão ficar ali quietinhas-disse se referindo a Isa e Cristina, que estavam amarradas e pareciam presas na cadeira
-Então solta a pequena, por favor-o pedi chorando e ele me olhou rindo
-Não quero negociar assim, preciso de mais garantias de que vocês vão fazer o que eu quero
-Solta a minha filha, e eu fico de refém-disse cheia de medo, mas tentando parecer corajosa
-Seria lindo, te deixar na companhia da sua querida mamãe-riu irônico-mas prefiro deixar as duas bonitinhas assim, não quero ter o trabalho de ir lá desamarrar ela, e dar tempo de um de vocês ligar para a polícia-disse nos apontando a arma-e então o que me dizem, vão me dar a grana agora ou preferem ver a menina ser torturada?-nos olhou ameaçador
-Tudo bem, vem com a gente até o carro, que vamos te entregar o dinheiro-disse tentando ganhar tempo enquanto não sabia aonde Alice estava, e torcia para que ela já tivesse informado a polícia
-Ela esta falando a verdade, ou esta tentando me enganar?-perguntou apontando a arma para a minha cabeça enquanto olhava para o meu pai e Lucas
-Ela falou a verdade, colocamos o dinheiro no carro, antes de vir para cá-disse Lucas me olhando, e com certeza com o mesmo pensamento que eu
-Vou fingir que acredito em vocês-disse nos olhando sério e nos apontando a arma-nós vamos lá fora pegar o meu dinheiro, mas se eu ver alguem mexendo no celular, ou pegando uma arma dentro do carro, eu mato os três e depois volto aqui dentro para matar as duas-disse em tom ameaçador e nós três assentimos com as mãos rendidas-agora vão andando, e deixem as mãos no alto para que eu veja

*Cristina on.

Senti que iria morrer quando Carlos colocou aquela arma na minha cabeça, mas ao ouvir a porta ser aberta e Nicole gritar, senti mais medo ainda dele puxar aquele gatilho, porém ele preferiu deixar a arma apontada para eles e combinar uma negociação, tudo por dinheiro, era angustiante ver todos eles apavorados, com medo e tentando uma forma de conversar com Carlos, mas eu sabia que ele era esperto e faria de tudo para não ser enganado, no entanto deixou eu e Isa amarradas por garantia que ele conseguisse o dinheiro, e ao ver eles saindo o meu coração ficou muito angustiado, pois sentia que eles estavam mentindo, e o pior iria acontecer.

-Oi, eu vim te salvar-me assustei ao ver a filha mais velha da Nicole entrar ali dentro ás pressas-Isa meu amor, eu vou soltar você-ela chorava enquanto desamarrava a irmã
-Lice, me leva embora-Isa correu para os braços da irmã chorando e ela a abraçou bem forte
-Nós vamos embora Isa, eu estou aqui para te proteger-as duas se abraçavam e choravam juntas
-E a vovó?-Isa disse ainda me vendo amarrada
-Não sei se devo soltar ela Isa-ela me olhava desconfiada, enquanto abraçava a irmã em forma de proteção
-Ele vai machucar ela Lice, solta a vovó-Isa a pediu
-Tudo bem-ela respirou fundo vindo me soltar
-Obrigada-agradeci deixando lágrimas cair, ao finalmente sentir que estava livre
-Agora vamos sair daqui, a policia já esta vindo, não podemos demorar aqui dentro, é questão de tempo para aquele cara louco voltar, ao ver que não tem dinheiro nenhum com a gente
-Ele vai matar todo mundo, porque fizeram isso? precisamos ir rápido-disse saindo correndo dali e as duas vieram atrás, eu sentia que algo muito ruim iria acontecer

*Nicole on.

Agir por impulso é fria, mas é a vida da minha filha que esta em risco, não pensei direito ao dizer que estávamos com o dinheiro, e pedia a Deus que Alice soltasse Isa logo, antes que esse psicopata descubra que mentimos para ele. Seguimos até o carro do meu pai, sendo rendidos por Carlos, já que ele apontava uma arma para nós, e assim que paramos em frente ao porta malas do carro, me entreolhei com o meu pai e Lucas, e nós três estávamos totalmente perdidos, pois ali dentro estava vazio e ele logo iria descobrir.

-Estão esperando o que?-Carlos perguntou irritado-vão abrir a droga de porta malas desse carro agora ou não?
-Posso pegar a chave no meu bolso?-meu pai o perguntou
-Se eu ver algo além da chave na sua mão, você já sabe o que acontece-disse me puxando pelo pescoço e colocando a arma na minha cabeça
-Calma cara, não precisa fazer isso-disse meu pai o olhando com medo
-Preciso ter uma garantia que vai fazer o que eu mando, agora abre logo
-Ok, já vou abrir-disse meu pai respirando fundo e colocando a mão no bolso-pronto, peguei só a chave-o mostrou
-Agora abre logo-disse ainda me segurando e o meu pai estava tenso

Devido a pressão, o meu pai abriu o porta malas, e ali dentro tinha duas malas rosas, o que fez Carlos sorrir, e me deixar mais receosa, pois nem sabia que ali tinha essas malas.

-Pensei que só uma mala caberia a grana, mas duas está ótimo-disse sorrindo malicioso-agora abre pra mim ver-pediu autoritário
-O dinheiro esta aqui, solta a minha filha e deixo você conferir-disse meu pai
-Não é assim que funciona, cantorzinho
-Você já tem a minha neta de refém lá dentro, custa soltar a minha filha?-meu pai o olhou cheio de raiva
-Pois é, eu estou na vantagem-riu me soltando-vou abrir as malas, mas os três vão ficar quietinhos-nos apontou a arma e assentimos

Eu suava frio com medo do que iria acontecer, estava com um pressentimento ruim, e no momento que Carlos foi pegar a primeira mala, ouvimos as sirenes da policia chegando ali e ele nos olhou irritado, vendo que corremos para longe, mas ele foi mais rápido dando um tiro em minha direção, e eu fechei os olhos sentindo que iria morrer naquele momento.

-NÃOOO-senti um empurrão e ouvi um grito, seguido de mais dois tiros
-Cristina...-a vi levar mais dois tiros seguidos, quando eu estava caída no chão após ela me empurrar-porque fez isso?-a olhei cair toda ensanguentada ao meu lado e eu não tinha reação
-TE DISSE QUE ALGUEM IRIA MORRER HOJE-Carlos gritava enquanto dois policiais o algemava-AGORA VOCÊ VAI QUEIMAR NO INFERNO, VADIA
-Cristina-deixei lágrimas cair a vendo com dificuldade de respirar, fraca e cheia de sangue-porque me salvou?-a olhei tentando a segurar
-Você é a minha filha...-disse com a voz falha-me perdoa...-disse fechando os olhos
-Cristina, não faz isso comigo-era impossível segurar as lágrimas-Cristina-tentei a fazer acordar-não me deixa agora, CRISTINA...-gritava em meio ao choro
-Moça, precisamos leva-la-senti alguem tocar o meu ombro
-Salva ela, por favor-pedi em meio ao choro, olhando para o corpo de resgaste
-Vamos fazer de tudo para ela ficar bem, agora você precisa sair daqui-disse uma mulher me ajudando a levantar
-Mamãe-ouvi Isa me gritar assim que levantei e ela veio correndo me abraçar
-Meu bebê-a abracei apertado-me desculpa por tudo isso, te prometo que nunca mais vou te deixar sozinha meu amor-chorei apertando a minha filha
-Quero ir embora mamãe-Isa dizia chorosa
-Nós vamos-disse ainda a abraçando
-Mas antes ela precisa fazer alguns exames-disse um moço, que tambem devia ser do corpo de resgate
-E a Cristina?-o olhei deixando lágrimas cair-ela...
-Ainda não sabemos a gravidade dos ferimentos, mas ela apenas esta inconsciente, vamos leva-la para a cirurgia, assim que chegar no hospital e somente lá poderemos dar mais informações-me explicou
-Filha, ela vai ficar bem-senti o meu pai me abraçar pela cintura e encostei a minha cabeça chorando no ombro dele
-Vamos levar a nossa pequena no hospital, para ver se esta tudo bem-disse Lucas pegando Isa no colo
-Vamos-assenti sendo abraçada pelo meu pai

Era um alivio ter a minha filha perto de mim, em meus braços, Isa foi para o hospital grudada em mim e em Lucas, eu estava toda suja de sangue da Cristina, e me sentia mal por saber que a culpei tanto, e agora ela esta correndo risco de vida por ter me salvado. Devido a desidratação, e o choque emocional, Isa iria ficar internada em observação, tomando soro, algumas vitaminas, e o médico veio conversar comigo e com Lucas em particular pois ela iria precisar de um acompanhamento psicológico após esse sequestro, pois uma criança na idade dela pode gerar traumas futuros, e eu não queria isso para a minha filha.

-Como se sente meu amor?-perguntei fazendo carinho no rostinho da minha filha
-Só não quero ficar sozinha mamãe-pediu segurando a minha mão
-Você não vai ficar sozinha nunca mais, eu te prometo-disse beijando a testa dela
-Agora tenta descansar piolha-disse Alice fazendo carinho na irmã
-Filha, você fica aqui com ela um minutinho?-pedi a Alice que assentiu
-Tudo bem se a Alice ficar com você um pouquinho?-perguntei a Isa
-Só se o papai ficar tambem, cadê ele?-Isa perguntou
-Ele esta resolvendo algumas coisas lá na recepção, mas vou pedir para ele vir ficar com vocês-disse beijando a testa dela e saindo do quarto

Vi que Lucas ainda estava na recepção do hospital preenchendo alguns papeis da internação da nossa filha, já que eu não estava com cabeça para isso, e vi o meu pai sentado em um dos bancos da sala de espera falando com alguem no celular, certamente é com Kemilly, então fui até Lucas ver se estava tudo certo, mas na verdade a minha intenção era ter alguma informação sobre Cristina.

-Já preencheu tudo amor?-o perguntei
-Estou terminando aqui-ele disse terminando de assinar os papeis
-A Isa quer você ao lado dela, deixei ela com a Alice, mas você sabe que as duas sozinhas por muito tempo é fria-disse sorrindo de canto e ele riu entregando os papéis a uma moça na recepção
-Pelo menos é sinal que esta tudo bem-sorriu selando os meus lábios-e você, como se sente?
-Vim saber informações da Cristina-o olhei entristecida
-Então vou te deixar á vontade, para saber sobre ela-beijou a minha testa-vou ficar com a nossa pequena

Esperei Lucas sair, e respirei fundo, pensando em como iria perguntar sobre Cristina, pois estava com muito medo do que iria ouvir, mesmo ela não sendo a melhor pessoa desse mundo, ela se sacrificou por mim, e eu queria que ela se recuperasse, porque apesar de tudo, ela é a minha mãe.

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Olá amores, e então o que estão achando desse desfecho final? quem imaginou que Cristina faria algo assim para salvar Nicole? mas será que ela vai se salvar? quem ainda esta lendo comentaaa ai, bjoos






Um comentário:

  1. Tomara que a Cristina saia desta pq acho que ela mudou mesmo e merece conviver com a Nicole e família continua

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