quinta-feira, 2 de março de 2017

62º Capitulo

Eu não sabia o que fazer ou o que dizer, Kamilly nos encarava curiosa, enquanto eu e Luan nos entreolhávamos se sentindo perdidos.

-Oi princesa, porque levantou? não tava conseguindo dormir?-Luan perguntou a olhando enquanto se sentava no colchão arrumando seus cabelos bagunçados
-Eu queria ir tomar água-disse minha irmã com sua voz doce e sonolenta
-Quer que eu vá com você na cozinha princesa?-ele a perguntou tentando desviar de qualquer outro assunto que ela possa perguntar
-Não-negou com seu jeitinho fofo e seguiu para a cozinha
-Luan o que vou dizer a ela? minha irmã não deve ter entendido nada, ela é só uma criança, como explicar a ela que é errado fazer o que ela viu, sendo que ela viu eu e você fazendo? eu devia ser a irmã exemplar, e...
-Calma amor, isso não foi nada demais, criança tem imaginação fértil, é só fazer ela esquecer isso, talvez ela até pense que foi um sonho, ela tava toda sonolenta aqui, pode ser que nem viu direito, assim que ela ascendeu a luz a gente se afastou, tantas e tantas vezes a Nicole sem querer viu eu com algumas mulheres dentro de casa, e eu a fazia esquecer, criança é fácil de dobrar, é só invadir a mente dela com outras coisas que logo ela esquece
-Luan isso não é tão fácil, minha irmã pode ser pequena mas é esperta e se...
-Tata-ouvi a voz de minha irmã entrando na sala
-Oi Milly, vem cá-a chamei e ela veio se sentando entre minhas pernas e eu a abracei beijando seu rosto-já tomou sua água?
-Sim-assentiu
-Perdeu o sono?
-Não sei-disse pensativa-e você e o tio Luan? não eram pra estar dormindo tambem? porque estão aqui na sala no colchão do quarto da mamãe?
-A gente já tava indo dormir princesa-Luan a respondeu rápido e sorrindo-e a gente trouxe o colchão pra cá para assistir filme na TV, eu tô com uma dor muito grande nas minhas costas sabe-fez cara de dor e Kamilly tocou as costas dele com seu jeitinho preocupado-e quando tô com dor nas costas não posso deitar no sofá, ai tivemos a ideia de deitar no colchão, porque assim alivia a dor
-Você quer um pouco do meu xarope? quando eu tô com dor de barriga, gripada, ou dodói minha mãe me da xarope-disse toda inocente nos fazendo sorrir
-Não precisa princesinha, daqui a pouco passa a minha dor nas costas, que tal me dar um beijo e um abraço bem gostoso? tenho certeza que vou ficar muito melhor com isso
-Então é por isso que a minha Tata tava te beijando? pra melhorar sua dor? eu sou criança eu não posso-disparou nos fazendo ficar arregalados
-É... mas você vai me dar um beijo no rosto e um abraço, não quer me ver melhor?-disse Luan todo sem graça mas tentando a induzir naquilo que tinha dito
-Então eu dou sim-disse toda carinhosa se jogando no colo de Luan, o abraçando e enchendo seu rosto de beijos
-Acho que tô 100% agora, obrigado minha princesa, que beijo e abraço mágico-ele sorriu para ela que estava toda feliz por ter deixado ele melhor
-Então se sentir qualquer dorzinha de novo me chama, mas se quiser ainda tenho meu xarope
-Não precisa me dar seu xarope, agora tô me sentindo com uma coluna nova, e que tal você ir dormir? já ta tarde para a mocinha estar fora da cama
-Vou sim-assentiu-mas e você e a Kemy tambem tem que dormir, ta tarde pra assistir filme
-Isso mesmo, já vamos dormir sim, mas você tem que dormir primeiro, ok?
-Ta bom
-Agora boa noite, dorme com os anjos-disse Luan todo fofo beijando a testinha dela e em seguida ela correu para me abraçar
-Boa noite meu amorzinho, dorme com os anjos-abracei e beijei minha irmã que logo saiu dali finalmente nos deixando a sós
-Não era você que sabia convencer criança a esquecer das coisas?-perguntei irônica o olhando e Luan riu
-Sua irmã é muito esperta, a Nicole eu enganava fácil, ela sempre foi mais lerda nessa parte, não é atoa que é minha filha
-Prefiro não dizer nada pra você, só que é melhor a gente dormir, porque se minha irmã aparecer aqui de novo quero ver a sua próxima explicação, ai você não vai mais ter dor nas costas, e sim dor de cabeça
-Nossa amor, não precisa exagerar-ele riu-mas eu não vou ganhar mais nenhum beijinho?-foi se aproximando todo manhoso formando bico
-Melhor evitar, porque eu sei que você não se contenta só com um beijinho, então boa noite Luan, e até amanhã

Me deitei no meu canto me virando de costas pra ele, eu respirava fundo tentando buscar minha sanidade, ainda estava sentindo um calor me lembrando do nosso beijo, e do que quase rolou, quando me assustei ao sentir os braços de Luan em minha cintura e seu beijo sendo depositado em meu pescoço me fazendo arrepiar inteira, esse homem é minha perdição, mas não posso ceder, não agora, não na casa dos meus pais, podendo ser vistos a qualquer momento pelos meus irmãos pequenos, tudo tem o momento certo de acontecer, e sei que não é esse o momento de deixar que o nosso namoro seja elevado a um nível mais sério.

-Eu amo você-o ouvi sussurrar em meu ouvido me fazendo arrepiar
-Tambem te amo-disse me virando para ele e selando seus lábios, Luan quis prolongar o beijo mas o impedi colocando meu dedo indicador em seus lábios-pronto, já ganhou seu beijo de boa noite, agora vamos dormir, porque tenho que estar cedo no hospital para ver o meu pai
-Eu sei-suspirou-só fica aqui então-me puxou para deitar em seu peito e beijou meus cabelos

Ficamos por algum tempo trocando carinhos, até que senti o sono me tomar, e a minha unica certeza é que dormi nos braços dele, sobre seu peito, ouvindo as batidas de seu coração, e sabendo que em cada uma delas carregava um pouco de amor por mim. No dia seguinte, acordei com o celular despertando, eram 06:20 h da manhã, e eu tinha que estar pelo menos até ás 07:15 h no hospital, com toda preguiça e cansaço do mundo me sentei sobre o colchão e Luan ainda dormia, sabia que seria uma luta para o acordar, pois ele tambem estava cansado, então o deixei dormir, peguei minhas coisas e tomei um banho mega rápido, coloquei uma calça jeans, uma blusa com a manga até metade dos braços, um tênis que eu usava sem meia, prendi o cabelo e estava pronta ás 06:40 h, Luan ainda dormia e seria muito egoísta de minha parte o acordar para me acompanhar até o hospital, ele já me ajudou tanto para vir pra cá, então merecia um pouco de descanso, beijei de leve seu rosto, e liguei para um táxi vir me buscar e me levar até o hospital, Luan iria entender, o deixei uma mensagem no celular e segui com o táxi para a cidade ao lado, chegaria em cima da hora, mas o que me importava era estar lá. 

*Luan on*

Acordei sentindo algo ou alguem pular em cima de mim, ouvia risadas, e mal conseguia me mexer, que porra era essa?

-Tio Luan acorda, a gente ta com fome, tio Luan, como ele é preguiçoso-eu apenas ouvia isso e então me lembrei onde estava e que esses eram os irmãos de Kemy
-Bom dia crianças-disse assim que abri os olhos e vi os dois em cima de minha barriga rindo e pulando, tava explicado a minha falta de ar-só saiam de cima de mim um pouco
-Oi tio-disse Kauã empurrando a irmã e me abraçando-acorda logo, só tem você de adulto aqui em casa, e nós precisamos comer
-Cadê a Kemy?-perguntei olhando para os lados e só via os pequenos
-Não sei-disse Kamilly dando de ombros-mas você melhorou sua dor nas costas tio?
-Dor nas costas?-perguntei sem entender
-Que você tava sentindo ontem, já sarou?
-Já-respondi me lembrando do ocorrido-agora preciso me levantar e tomar um banho, vocês já tomaram o banho de vocês?
-Eu só lavei os dentes, banho é só pra dormir ou ir pra escola-disse Kauã
-Eu tambem não tomei banho, porque tinhamos que tomar?-perguntou Kamilly
-Só perguntei porque ás vezes achei que fossem acostumados com banho assim que acordam, então enquanto tomo meu banho fiquem aqui vendo desenho, e procurem a irmã de vocês
-A gente já procurou a Kemy e ela não ta aqui, será que saiu pra comprar pão?-disse Milly pensativa
-Deve ser então-disse dando de ombros e me levantando

Peguei minhas coisas necessárias e tomei meu banho, me troquei, e fui fazer o café da manhã para os pequenos que reclamavam de fome, olhei meu celular e estava sem bateria, o que me preocupou Kemy não ter aparecido até agora, e não ter como eu ligar para saber onde ela estava. Fiz um mexido com uns ovos, presunto e queijo, as crianças amaram, aproveitei quando meu celular deu sinal de vida enquanto carregava e fui direto no contato de Kemy, vi que tinha uma mensagem no whatsapp então abri "Bom dia meu amor, desculpa se não te acordei ou te avisei que viria sozinha ver meu pai, vc estava cansado e merecia descansar, fica ai e cuida dos meus irmãos por hoje, é só isso que te peço, quando ver essa mensagem me liga, te amo, e espero que me entenda". Fiquei mais aliviado entendendo o que aconteceu, ela foi ver o pai no hospital e não quis me acordar porque provavelmente saiu bem cedo, além de querer deixar alguem que confia de olho nos irmãos, eu a entendia perfeitamente, e a ligaria depois, pois agora certamente ela deve estar com o pai no quarto, e não é legal receber ligações no ambiente hospitalar. Passei o dia com as crianças e aqueles dois eram muito espertos, brincamos de bola, assistimos desenho, jogamos uns joguinhos de tabuleiro que eles tinham, e os danadinhos sempre me faziam perder, foi bem divertido esse tempo com eles, meus cunhadinhos.

-Tio Luan tô com fome, vai demorar isso ai?-Kauã me perguntava pela milésima vez enquanto eu olhava a pizza que assava
-Calma, daqui a pouco fica pronta, volta a assistir desenho com a Milly que quando tiver pronto eu chamo vocês
-Mas ela ta vendo desenho de menina, isso não é legal, o que eu quero com princesas?-disse fazendo pose de macho e eu ri
-Então se quer ficar aqui comigo você vai me ajudar fazer o suco e...-fui interrompido ouvindo meu celular tocar, ele estava em meu bolso então logo o peguei e sorri vendo que era Kemy quem ligava-é sua irmã, vou falar com ela e depois te explico como vai me ajudar-o disse rápido e ele assentiu enquanto eu atendia o meu amor

*Ligação*

-Oi coisa linda da minha vida, achei que não ia dar sinal de vida hoje muié
-Oi amor, eu que achei que você não iria aparecer, só visualizou minha mensagem e nem me respondeu, ficou chateado por eu ter vindo sem você?
-Claro que não amor, desculpa se não respondi, se não liguei, é que seus irmãos são ligados no 220 e eu tava dando atenção a eles, mas e como está o seu pai?
-Parece que bem-ela suspirou-ele ainda ta entubado, mas os sinais vitais já estão normalizando
-Que bom meu amor, e sua mãe e a dona Sonia, elas não foram descansar?
-Eu as fiz ir comer algo enquanto ficava no quarto com o meu pai, mas minha mãe mal quer comer, dona Sonia disse que foi uma luta para a convencer a tomar um pouco de café, mas por incrível que pareça o cansaço a bateu, e ela ta dormindo no sofá do quarto, dona Sonia ta voltando pra cidade, e disse que vai passar ai para ver as crianças, estou aqui de olho nos meus velhos, e queria você aqui comigo-disse manhosa e eu queria muito estar ali para a abraçar
-Tambem quero muito estar com você meu amor, agora tô terminando de assar uma pizza para os seus irmãos comerem, e assim que a dona Sonia aparecer por aqui eu deixo as crianças com ela e vou ai te ver, pode ser?
-Sim meu amor, vem logo, que eu preciso de você
-Eu vou, talvez demore um pouquinho a chegar mas logo tô ai viu, te amo
-Te amo tanto Luan, obrigada por tudo o que está fazendo por mim, pela minha família
-Não precisa agradecer amor, eu só quero te ver com o sorriso mais lindo no rosto e com a certeza que quem você ama está bem...

*Ligação*

Conversamos mais um pouquinho e trocamos palavras carinhosas, e só nos despedimos porque senti cheiro de queimado e eu corri para acudir a pizza, graças a Deus não tinha queimado, pelo menos iria estar bem crocante. Kauã me ajudou a fazer o suco, e logo os pequenos estavam se deliciando com o que preparei para eles, não se passou nem meia hora e dona Sonia chegou ali, parecia bem cansada, mas mesmo assim dava todo carinho e atenção as crianças, ela me pediu para ir ficar com Kemy e eu concordei na hora, me despedi das crianças e segui rumo ao hospital da cidade ao lado, doido para ver minha amada, e a abraçar bem forte, sei que nesse momento por mais que ela queira passar que está bem, no fundo ela está sofrendo com toda essa situação.

-Posso entrar?-bati de leve na porta do quarto que estava escorada colocando parte do meu rosto dentro do quarto, já vendo Kemy vir toda sorridente me abraçar
-Claro que pode amor, que saudade-me apertava no abraço e eu a abraçava com força, a transmitindo todo o meu amor, aproveitei para cheirar seu cabelo, o bom de ser alto e ter uma namorada mais baixa é isso
-Como você ta?-perguntei alisando seu rosto e a olhando nos olhos
-Bem melhor agora-disse sorrindo e selando meus lábios, quando ouvimos um pigarro de voz vindo de dentro do quarto e quando vi que era a mãe de Kemy eu fiquei sem reação-calma amor, eu contei tudo pra ela, minha mãe sabe de nós-disse sorrindo de canto e me puxando pela mão no rumo de minha sogra
-Só te peço para cuidar muito bem da minha filha rapaz, e obrigada por fazer minha menina feliz-sorriu se levantando do sofá e me acolhendo com um abraço
-Eu que agradeço a senhora por ter tido essa menina linda e maravilhosa, por ter a educado tão bem, e pode ter certeza que eu sempre vou cuidar dela-sorri para Kemy que se juntou ao nosso abraço, formando um abraço triplo, pelo menos minha sogra já sabia de nós e estava feliz por eu estar com a filha dela

Duas semanas se passaram após os três dias que ficamos entre o hospital e a casa dos pais de Kemy, eu fui pego de surpresa ao descobrir que era aniversário dela no dia 13 de janeiro e ela não havia me dito nada, soube pela mãe dela que me disse o quanto estava triste ao ver a filha completar seus 19 anos dentro de um hospital ao lado do pai, eu preferi fingir que não sabia de nada, mas havia notado Kemy toda carente, ela toda hora me pedia um beijo ou um abraço, sabia que no fundo ela tambem não queria passar seu aniversário ali e talvez por isso nem tenha me contado nada, e eu só fui a parabenizar há noite quando estávamos a sós antes de dormir, ela ficou toda envergonhada porque não queria que eu soubesse, mas mal sabia ela o que eu iria planejar para recompensar essa falha que teve no seu aniversário.
Eu já tinha voltado a fazer meus shows, e passei essas duas semanas fora de casa, todos os dias falava com Kemy, e ela tambem estava cansada pelo seu ritmo de trabalho como modelo, achava loucura demais esse emprego dela, ainda mais agora por saber que Cristina é a dona da agência que Kemy representa, aquela mulher tem feito de tudo para deixar minha namorada cansada e com os piores trabalhos possíveis, que aquela louca fiquei bem longe da mulher que eu amo ou eu mesmo acabo com ela. Era sexta feira, e por incrível que pareça eu não tinha show hoje, nem nesse fim de semana, voltei para casa muito cansado, mas feliz, vi minha filha e passei o dia todo com ela, fizemos coisas de pai e filha como sempre costumávamos fazer para matar a saudade, um dia só nosso, mas á noite Nicole quis ir para a balada por ser sexta, e eu deixei pois meus planos eram outros, constatei que Kemy já estava em casa, então me arrumei, me perfumei e segui para o apê da minha namorada, estava louco de saudade. Como eu tinha a chave do apartamento dela fui entrando direto, e a procurei de fininho pela casa a encontrando na cozinha mexendo uma panela de brigadeiro toda concentrada, cheguei por trás dela e tampei seus olhos.

-Adivinha quem é?-perguntei tentando disfarçar minha voz e a senti sorrir
-Eu acho que é um ladrão-disse se segurando para não rir
-Então fica quietinha que eu vou te roubar pra mim-sussurrei em seu ouvido livrando minhas mãos de seus olhos e ela se virou me abraçando
-Que saudade amor, achei que fosse vir mais tarde
-Eu vim assim que a Nick saiu, e a saudade tava matando-sorri a puxando para um beijo e ela logo o cortou
-Calma ai, se não eu queimo o brigadeiro, isso não pode parar de mexer-disse rindo e eu tambem ri a vendo voltar a mexer o doce na panela
-Duvido que esse brigadeiro seja melhor que o meu, ta demorando dar ponto
-Eu não sei se fiz direito-ela riu-mas deu vontade de fazer, então peguei e fiz
-Ta mais para calda de bolo isso aí-disse rindo
-Amor para de colocar defeito no que eu faço, o cozinheiro aqui é você, mas não precisa humilhar
-Desculpa coisa linda, quer que eu dê ponto nesse brigadeiro?-perguntei vendo que aquilo não ia endurecer tão cedo
-Ok, você venceu, mestre cuca

Tive que colocar quase uma receita inteira para conseguir dar ponto naquele brigadeiro, Kemy até brilhava os olhinhos de vontade, e estava doida para comer, coloquei para esfriar e enquanto isso puxei minha namorada para trocar uns beijos, afinal estava muitos dias sem a ver, e cheio de saudade.

-Ta aprovado meu brigadeiro?-perguntei a vendo comer a terceira colher cheia de brigadeiro
-Ta mais que aprovado, meu amor, você se não fosse cantor poderia ser cozinheiro, você faz de tudo e fica tudo muito bom-me elogiava e eu ri
-Sorte sua de ter um namorado cozinheiro, só faltou cê me dizer que eu já posso casar, ai eu tinha que te pedir em casamento
-Não é atoa que já foi casado, não sei se você aceitaria casar de novo-ela riu
-Se fosse com você eu casaria, aliás eu esqueci de te entregar uma coisinha-disse a olhando e tirando a caixinha do meu bolso de trás da calça-como uma certa pessoinha não tinha me dito que ia fazer aniversário uns dias atrás, eu nem tinha comprado nada, mas antes tarde do que nunca né, então é pra você meu amor-a entreguei a caixinha e ela me olhava sem entender
-Luan seu louco, não precisava comprar nada, meu amor, pensei que já tinha esquecido disso
-Até parece que eu vou esquecer o aniversário da minha namorada, agora já ta até anotada a data no meu lembrete do celular para não esquecer, então pega que é seu
-Você sempre fazendo loucuras-ela sorriu selando meus lábios e em seguida abrindo a caixinha me olhando toda emocionada-que lindo meu amor, você é realmente louco-olhava admirada para o pequeno anel que a dei de presente
-Eu pensei muito no que poderia dar a você, e como a gente namora mas não podemos usar alianças para não chamar a atenção, tive uma ideia de mandar fazer esse anel exclusivamente pra você, tem uma pequena pedra de diamante para ficar delicado, e por dentro olha que ta as iniciais dos nossos nomes L & K, gostou meu amor?
-E tem como não gostar?-me olhava emocionada vendo por dentro do anel nossas iniciais gravadas
-Agora deixa eu pôr em você-peguei o pequeno anel com uma de minhas mãos e com a outra segurei a mão direita da minha namorada-tem que ser essa mão, porque a outra vai ser a aliança do nosso casamento, então desde já, te prometo ser fiel, te amar, te amar, te amar, e ser somente seu-ri de canto e ela tambem, coloquei o anel em sua mão e a beijei em seguida-te amo
-Eu que te amo, obrigada por tudo amor-sorriu me puxando para um beijo gostoso cheio de amor
Resultado de imagem para gifs de casal se beijando sentados

Nosso beijo foi ganhando intensidade, e eu já não conseguia mais me controlar, queria muito poder a tocar de uma forma mais privilegiada, queria a fazer só minha, e ela parecia querer o mesmo, então me permiti tocar suas coxas e subir minhas mãos as alisando, como a pele dela era macia, ainda mantendo o nosso clima quente fui descendo os beijos para o seu pescoço e a ouvi arfar, afastei seus cabelos e deixei um chupão ali a sentindo se arrepiar e reclamar.

-Luan, o que você fez?-perguntou ainda ofegante pelo nosso beijo
-Desculpa, eu não pude resistir-sussurrei em seu ouvido a sentindo arrepiar ainda mais, então voltei a beijar sua boca

Minhas mãos subiam e desciam em suas coxas, e eu não satisfeito com apenas isso coloquei minhas mãos por dentro de sua blusa segurando sua cintura, sem desgrudar nossas bocas a deitei no sofá ficando por cima, sabia que precisava me controlar ao máximo para não a assustar, mas estava difícil, a meses eu não transava, e eu sentia que finalmente iria rolar com a minha namorada, era o momento que mais esperei, no fundo estava nervoso porque sabia que ela era virgem, eu tinha que ser romântico, educado, e deixar tudo acontecer no tempo dela, mas minha vontade estava gritante, meu instinto de homem era esse, subi minhas mãos por sua cintura e queria muito apertar seus seios, deviam ser lindos, durinhos, só de imaginar eu já fico duro, então me permiti ir com minhas mãos até lá, mas Kemy encerrou o beijo e me olhou totalmente constrangida sabendo o que eu iria fazer, merda, de novo não, ela e essa insegurança, que droga, isso já estava acabando comigo e minhas expectativas de fazer amor com ela.

-Amor...-me olhou receosa e respirei fundo me levantando e ficando de costas para ela, sim, eu estava com uma baita ereção e ela querendo se explicar que ainda tava cedo para rolar algo mais intimo entre nós, já sabia toda essa desculpa dela e não estava afim de ouvir nada disso de novo-Luan, eu...
-Você o que Kemy? ta insegura de novo?-disse ainda irritado e de costas, sem a olhar-ok, então vou embora e te deixar dormir tranquila, porque se eu ficar aqui eu não vou aguentar-segui em direção a porta e a senti me abraçar por trás apertando minha cintura, que droga assim ela só complica mais as coisas, se ela desce mais essa mão eu não respondo por mim
-Luan para com isso, fica aqui amor, vamos conversar, trocar carinho, namorar, eu tô com saudades-disse com toda calma do mundo beijando minhas costas e eu respirava fundo
-Tambem tô com saudades-depositei minhas mãos sobre as suas-mas eu sou homem Kemilly, eu tenho vontades, necessidades, e só tô resistindo porque te amo, mas não ta fácil pra mim, e você não me deixa ficar aliviado nenhum pouco-falava ainda de costas pra ela
-Luan-ela queria me fazer virar, merda, eu apenas virei meu rosto a olhando como podia-fica aqui, não vai embora amor
-Kemy, pra que você quer que eu fique? pra gente só assistir filmes ou séries? conversar sobre assuntos sérios ou idiotas? trocar alguns beijos, e depois te fazer dormir? um namoro é muito mais do que isso, a gente não tem nem um mês de namoro e já esta tão chato assim, eu não posso te fazer querer o mesmo que eu quero, mas espero que entenda que eu nunca fiquei mais que uma semana sem sexo, ta difícil pra mim Kemilly, e o pior que nem sobre esse assunto você fala comigo, acha que nosso namoro vai ser só do seu jeito, fazer só aquilo que te agrada, e eu que me vire com minhas vontades, se for pra ser assim melhor a gente...
-Luan para de agir assim-ela se soltou de mim e me encarou séria-você só está vendo seu lado, você não sabe meus motivos, minhas razões-ela deixou uma lágrima escapar-você é o único homem que eu me permiti amar, que eu me permiti confiar, achei que com toda a sua experiência de vida você fosse diferente, que fosse movido pelo nosso amor, pelo o que a gente sente, mas acho que estou enganada-ela começou a chorar e me virei por completo a olhando-me desculpa se eu não posso ser a mulher dos seus sonhos, dos seus desejos, e me desculpa se eu fiz uma imagem sua que não é real, infelizmente acabei de comprovar que todos os homens são iguais, só pensam em sexo, induzem, conquistam, seduzem uma mulher para no fim só conseguirem isso...-ela chorava de uma maneira desesperada e eu respirei fundo repensando em tudo o que disse, realmente agi feito um ogro idiota que só quer sexo, merda, eu não quero ver ela chorar, e nem que ela entenda que estou com ela só porque quero isso
-Kemy, meu amor...-tentei me aproximar dela e ela se afastou de mim-me desculpa eu...
-Saí daqui Luan, saí daqui agora, esquece que eu existo-dizia se afastando de mim enquanto eu andava em sua direção
-Amor, vamos conversar, não precisa chorar, me desculpa eu...
-SAI DAQUI-começou a gritar e eu já estava com medo da forma que ela agia
-Kemilly se acalma, vamos conversar feito um casal, feito dois adultos-eu ainda tentava me aproximar e ela já estava quase encostada na parede do tanto que andava para trás se afastando de mim
-EU NÃO QUERO VOCÊ AQUI, SAI DA MINHA FRENTE, SAÍ DAQUI, FICA LONGE DE MIM-ela gritava e chorava ao mesmo tempo, parecia fora de si
-Amor fica calma, pelo amor de Deus, vamos...
-EU MANDEI VOCÊ FICAR LONGE-só vi ela pegar um vaso de vidro que ficava em cima de um aparador e o arremessar contra mim, por sorte fui mais rápido e me desviei do objeto o vendo se espatifar ao meu lado
-Ta Kemilly, você ta passando dos limites, o que ta acontecendo com você?-perguntei já próximo a ela que olhava para os lados desesperada, como uma forma de querer sair correndo-amor-fui encostar minha mão em seu rosto e ela mordeu minha mão, em seguida me dando um empurrão e saiu correndo para o seu quarto se trancando ali, ela tinha ficado louca
-Kemy, o que ta acontecendo? abre essa porta-minha mão estava doendo, mas eu estava preocupado com o modo que ela agia, e a ouvia chorar e gritar do outro lado
-VAI EMBORA, SAI DAQUI, ME DEIXA EM PAZ

Por sorte a porta do quarto tinha uma chave dos dois lados, e mesmo sabendo que ela iria bancar a louca pra cima de mim outra vez, decidi destrancar a porta e entrar dentro do quarto, me deparando com ela deitada na cama abraçando seus joelhos e me olhando assustada quando entrei.

-Amor, você está bem?-perguntei receoso a vendo naquele estado e ela me olhava cheia de medo
-Por favor saí daqui, me deixa em paz-chorava feito uma criança
-Calma meu amor-fui me aproximando dela que tremia de medo-eu não vou fazer nada contra você, tô aqui para cuidar de você, para te dar amor, te dar carinho-tentei ser o mais carinhoso possível com minhas palavras e ela ficou me encarando por um tempo até que se levantou da cama correndo e veio para os meus braços
-Luan, é você...-me abraçou cheia de medo e eu a abracei forte
-Sou eu meu amor, fica calma, eu tô aqui-a abracei da forma mais carinhosa possível e ela desabou em lágrimas abraçada a mim
-Me desculpa amor, me desculpa...
-Ta tudo bem, tô aqui

Depois de um tempo, consegui a acalmar, e ela não desgrudava de mim, parecia que se eu saísse de perto dela algo ruim iria acontecer, Kemy tinha esse lado dela cheio de medo, de segredo, e eu só tinha visto ela nesse estado quando tinha aqueles pesadelos, juntei as peças em minha mente, e agora era a hora de a perguntar o porque de tudo isso, sabia que ela tinha algum trauma muito forte para agir assim, e eu iria descobrir isso hoje.

-Ta melhor agora?-perguntei enquanto alisava seus cabelos com ela deitada sobre meu peito e abraçada a mim
-Tô sim, obrigada por estar aqui amor
-Eu sempre vou estar-beijei seus cabelos-mas agora precisamos conversar-a fiz me olhar, me sentei na cama e ela fez o mesmo-Kemy, eu não posso mais conviver com essa duvida, já presenciei tantas vezes você tendo seus pesadelos, presenciei o dia que nosso beijo começou ficar mais intenso e você quase acabou comigo, e hoje porque eu alterei um pouco o tom de voz com você e comecei a te questionar sobre o porque não podemos fazer sexo como um casal normal, você agiu exatamente como nas outras vezes, até pior, parecia que via um monstro em mim, até tentou me atacar com um vaso, me xingava, gritava, e estava cheia de medo, Kemy eu preciso saber a verdade agora, o que eram seus pesadelos, o que é esse trauma que você carrega, e o porque tem tanto medo de ir mais fundo na nossa relação, será que finalmente posso saber?-a questionei olhando em seus olhos e a vi suspirar fechando os olhos
-Luan, é complicado-abriu os olhos me olhando-mas eu confio em você-segurou em minhas mãos-eu já tentei te contar antes, mas é muito traumático isso, ás vezes tenho esses pesadelos, e até mesmo alucinações de que ainda é real-deixou uma lágrima cair-mas eu tinha prometido a mim mesma que iria te dizer, e te fazer entender, então chegou a hora de te dizer toda a verdade mais traumática da minha vida Luan-me olhou aflita e respirou fundo-dói demais dizer isso, eu sinto nojo, e vergonha até, mas aconteceu e isso infelizmente ficou marcado, não só em minha mente, mas tambem em meu corpo, calma que te explico tudo, mas não me julgue, eu nunca contei isso a ninguem desconhecido-deixou uma lágrima cair e eu já estava aflito-vou contar como tudo aconteceu, só escuta...

*Flash back Kemilly*

-Mamãe eu posso ir vender balas hoje?-perguntei a minha mãe se podia ir vender as balas de coco caseiras que ela fazia, em um sábado á tarde
-Vai minha filha, mas volta antes de escurecer-minha mãe arrumou minha cestinha com as balas e fui pelas ruas da cidade tentar vende-las

Minha família sempre foi muito pobre, meu pai era pedreiro e estava adoentado a um tempo, o que ganhava com os bicos que fazia gastava com bebidas, minha mãe estava grávida de dois bebês, e por já não ser tão nova só ficava em casa de repouso, então eu com meus 9 para 10 anos de idade saia nas ruas da cidade para vender balas de coco, ou outros doces que minha mãe ainda aguentava fazer, para ter um pouco de dinheiro e podermos comer, todos da cidade já me conheciam e eu sempre acabava vendendo rápido os doces, já que gostavam tanto do meu carisma e meu jeitinho doce de menina. Como estava de tarde tinha pouca gente nas ruas, vendi poucas balas na pracinha onde costumava vender, e estava caminhando próxima a ultima rua da cidade, onde encontrei o senhor Mané, eu não sabia se esse era o nome dele, mas todos da cidade o chamavam assim, ele sempre foi muito gentil comigo e adorava comprar minhas balas além de me elogiar bastante e dizer o quanto sou uma menina linda, então assim que o vi fui o ofertar meus doces.

-Boa tarde senhor Mané, quer comprar balas de coco hoje?
-Oi menina linda-sorriu se aproximando-quero sim, tem muitas ainda?
-Tem sim, vai querer quantas?-perguntei já separando o saquinho para colocar a quantidade de balas que ele fosse querer
-Vou querer todas que tem
-Todas? mas são muitas
-Eu falei que quero todas menina linda, adoro essas balas, e tambem adoro seu sorriso-disse passando a mão pelo meu rosto e corei envergonhada
-Então vou separar todas para o senhor e...
-Lembra que te disse uma vez que tinha um brinquedo muito legal no meu quintal?-disse me cortando
-Sim, mas eu não posso ir, tenho que voltar pra casa, minha mamãe me espera e...
-E você nunca quis vir até minha casa ver, hoje está aqui em frente, o que custa? depois te levo até sua casa menina, é rápido
-Não sei se posso-disse receosa, era muito bobinha, maldita inocência do interior
-Claro que pode-sorriu pegando em minhã mão e eu o olhei-vem comigo conhecer o brinquedo, nenhuma outra criança veio aqui antes, então você vai ser a primeira lindinha
-Sério?
-Sim, vem comigo que te mostro tudo, e depois te pago pelas balas

Movida pela curiosidade e pela inocência, entrei na casa do senhor Mané, e assim que entramos dentro de sua casa ele trancou a porta da sala o que me deixou sem entender nada.

-Senta no sofá, e fique á vontade, vou até colocar um filme legal para você assistir-ele começou a mexer em um DVD e colocou para rodar um filme que eu não entendia
-O que é isso?-via coisas esquisitas, parecia gente pelada, e eu estava assustada com aquelas coisas que faziam
-É só um filminho para gente se distrair antes da diversão-disse aquele homem vindo se sentar ao meu lado e começando a tocar minhas pernas-perninhas lindas, aposto que tem outra coisinha mais linda que ta escondida-eu estava com uma saia bordada, e não demorou ele erguer minha saia e tentar abaixar minha calcinha
-Não pode, eu tenho que ir embora-queria o empurrar mas ele era mais forte que eu e ria enquanto forçava tirar minha calcinha-PARA-comecei a gritar e foi pior, recebi um tapa na cara e ele me olhou com seus olhos escurecendo
-Fica quietinha garotinha, se gritar, fazer birra, ou qualquer outra coisa vai ser pior, então fica quietinha
-SAÍ DAQUI, ME SOLTA...-eu gritei e recebi outro tapa
-MANDEI CALAR A BOCA, E JÁ QUE QUER VIOLÊNCIA É O QUE VAI TER

Só o senti me pegar pelas pernas, e eu esmurrava as costas dele enquanto chorava e gritava, ele me levou para um quarto, nos trancou ali e me jogou sobre a cama segurando meu pescoço quase me sufocando.

-Menininha hoje você vai ter o que merece, seu pai não pode pagar os jogos que faz, então a filhinha dele pode
-SOCORRO, ME SOLTA, SOCORRO...-gritava cheia de medo e desesperada enquanto o via rir de mim e se deitar sobre o meu corpo
-Grita á vontade, assim fica mais exitante-ele forçou até conseguir tirar minha blusinha e eu já chorava de medo-olha só, ta quase formando os peitinhos-passou a mão pelo meu corpo e tirou minha saia junto com minha calcinha, eu tentava o chutar, o estapear e não deixar que ele fizesse aquilo, mas era pior, ele me batia-se continuar com a birra vai doer mais, e eu vou fazer questão de fazer você sentir toda dor do mundo-me olhava rindo e eu estava com nojo daquele homem, só sabia chorar-agora fica quietinha-senti ele abrir minhas pernas, e quando tentei as fechar ele me bateu, em seguida enfiando sua mão suja em minha intimidade, me fazendo gritar de dor-isso grita mais
-ME SOLTA, MONSTRO, SEU MONSTRO-cuspi na cara dele e foi a pior besteira que fiz, ele me olhou cheio de raiva e me deu outro tapa mais forte em minha cara
-Ta achando que pode cuspir menina? vou te ensinar o que seu pai não te ensinou

O vi começar tirar o cinto de sua calça e eu chorava tremendo de medo, sabia que ele iria me bater, e eu até fazia xixi toda encolhida de tanto medo que sentia, mal conseguia olhar para os lados ou me mover, eu achava que iria morrer ali na mão daquele velho nojento, quando sem querer sinto uma faca guardada debaixo do travesseiro, e quase cortei minha mão por agarrar o travesseiro fortemente, vi ali minha unica saída, eu precisava ser certeira, era minha unica chance, mesmo sendo criança, dominada pelo medo eu era capaz de qualquer coisa, e quando vi aquele homem vir para cima de mim com o cinto para me bater, tirei a faca de debaixo do travesseiro e acertei o braço dele.

-GAROTA MALUCA, AGORA VOCÊ VAI MORRER-ele segurava o braço sangrando cheio de raiva e vi ali minha chance de sair correndo, quando estava alcançando a porta ele me puxou pelos cabelos me fazendo cair no chão-AGORA EU VOU ABUSAR DE VOCÊ, DEPOIS TE MATAR A FACADAS, E ESCONDER SEU LINDO CORPINHO PARA NINGUEM NUNCA MAIS ACHAR, MENINA INTROMETIDA QUE SE ACHA ESPERTINHA
-NÃO, SOCORRO, SOCORRO, ALGUEM ME AJUDA, MAMÃE, SAI DAQUI, ME SOLTA...-eu gritava, gritava, gritava, e ele me segurava com força, quando senti a pior dor do mundo, aquele homem me rasgava entrando com toda força e brutalidade em minha intimidade
-AGORA GRITA, GRITA QUE EU TÔ SENTINDO PRAZER

Só sei que eu chorava, gritava e estava quase sem forças, estava cheia de dor, ele havia me dado mordidas, tapas, e abusado de mim da maneira mais cruel e dolorida possível, eu uma criança, super magrinha e pequena, não tinha corpo nem estrutura para aguentar aquilo, já estava quase desmaiando ainda sentindo as dores que aquele homem causava em mim, quando vejo a faca caída ao meu lado, pensei em a pegar, e ele leu meus pensamentos antes, pegou a faca e riu a apontando para mim.

-Já me diverti com você menininha, acho que a cidade vai ter uma pequena vendedora de doces a menos, seu pai vai morrer se afundando mais ainda nas bebidas, e sua família vai viver na miséria, acho que está mais que paga a divida do seu papaizinho, então adeus garotinha dos doces-naquele momento eu juntei o máximo de forças possíveis e antes que ele me atingisse com aquela faca eu o empurrei e saí correndo em direção a janela para a abrir e quem sabe conseguir ir para rua e pedir ajuda-ta muito espertinha-ele ria se aproximando-mas pena que não tem para onde fugir garotinha, se não quer morrer vai ter que me matar-ele ria-o que é impossível você conseguir fazer

Eu olhava para os lados, estava cheia de medo, e sabia que ali seria meu fim, ele se aproximou de mim e brincava com a faca ameaçando quais partes do meu corpo cortaria primeiro enquanto eu chorava.

-Quais são as suas ultimas palavras criança?
-Eu te odeio-disse já com a voz embargada pelo choro
-Que lindo, pensei que ia chamar a mamãe-ele ria-agora adeus garotinha, foi um prazer enorme conhecer você-só senti uma facada atingir meu abdômen direito e o ar me faltar, enquanto ele ria me vendo sentir dor e sofrer, num momento que ele se distraiu eu ainda com minhas poucas forças que restavam virei seu braço e o atingi com toda força com uma facada contra seu peito, na hora o vi sangrar pela boca e cair no chão

Ele agonizava de dor, e eu por sorte tinha sido atingida de raspão pela faca, foi um corte grande, mas não sei se era profundo, sangrava bastante, e eu sentia muita dor, sem saber o que fazer, coloquei o travesseiro para tampar aonde fui atingida, e me deitei na cama sobre o travesseiro, ouvia o velho nojento tambem agonizar de dor, e eu preferi ficar quietinha e encolhida na cama, baixinho eu pedia a Deus para não me deixar morrer, e para aquilo tudo ser um pesadelo, acho que por estar fraca demais desmaiei ou dormi, e quando acordei uma mulher me olhava assustada, e eu estava em um lugar desconhecido, sentia um negócio estranho picando meu braço, e queria tirar.

-Graças a Deus, menina você está bem? fica quietinha, você precisa se recuperar, o que aconteceu com você?-dizia de forma doce e carinhosa-eu estava caminhando pelo bairro quando ouvi gritos vindos de uma casa mais afastada, estava com medo de entrar, e tinha ninguem na rua para ir comigo ver o que acontecia, então entrei sozinha mesmo, e invadi a casa pela porta da cozinha, cheguei e vi um homem morto, e você sem roupa, toda roxa, e ensaguentada, achei que tambem estivesse morrido, mas senti sua pulsação, então liguei para uma ambulância e foram te socorrer, como eu não sabia nada de você, nem de sua família resolvi te acompanhar, e te esperar acordar para saber o que aconteceu-me explicou a mulher e eu a olhava cheia de medo e ainda atordoada
-Quero minha mãe...-só consegui dizer isso e comecei a chorar
-Se acalme menina, me fala o seu nome, o nome da sua mãe, e me diz o que aconteceu
-Quem é você, aonde eu tô?-olhava para os lados com medo de a qualquer momento aquele homem aparecer
-Calma, me chamo Sonia, e você está num hospital, não tenha medo menina, eu vou cuidar de você, mas se acalme, você perdeu muito sangue, teve muitos pontos no seu ferimento, e está cheia de hematomas pelo corpo, os médicos vão vir conversar com você e te fazer mais exames, conversa comigo e se abre sobre o que aconteceu...

*Flash back Kemilly off*

-Então naquele dia eu conheci a dona Sonia, eu não gosto de contar a forma que a conheci porque me causa muita dor essas lembranças-Kemy ainda chorava enquanto terminava de me contar aquela história e eu estava calado, totalmente pasmado em saber o que ela passou em sua infância, foi muito pior do que eu podia imaginar-e foi isso Luan, eu fui abusada, levei uma facada que quase me matou, e sem querer matei aquele homem que acabou com o resto da minha infância, minha adolescência, e estragou boa parte da minha juventude, eu só me permiti viver de verdade e conhecer melhor um homem quando você apareceu na minha vida-ela olhava em meus olhos já com olheiras de tanto chorar-e sempre tive pesadelos com ele, eram em diferentes locais e situações, mas ele sempre me perseguia, acho que por eu ainda ser criança e ter uma morte causada por mim, eu sinto que ele nunca vai me deixar em paz-voltava a chorar e soluçar-por isso eu não consigo me sentir á vontade com você em certos momentos, eu tenho medo, muito medo, quando lembro da dor, do sofrimento, de tudo o que senti, eu não consigo seguir em frente, não consigo Luan, não consigo...

A puxei para um abraço, e meu peito estava cheio de dor por ter ouvido essa história dela, e de ódio por aquele homem maldito mesmo morto perseguir a mente de Kemy e a impedir de seguir em frente e ser feliz, agora tudo fazia sentido, e eu me sentia culpado por tantas vezes ter pensamentos e até mesmo desejos com a Kemy sem nem fazer ideia do que ela passou, eu sei que vai ser difícil ela se entregar pra mim, e eu não terei pressa nenhuma, vou parar de forçar a barra, vou parar de a querer tanto, vou parar de insistir que nosso relacionamento tenha esse passo mais profundo, vou estar com ela em tudo o que precisar, e esperar pelo momento que ela decidir que vai estar pronta pra mim, era tanta dor dentro de mim agora, que eu mal sabia o que dizer, Kemy era uma mulher tão forte, tão batalhadora, e se eu já a amava muito, agora esse amor se triplicou mais do que já era possível, a minha unica certeza é que Kemy precisava de mim, e eu estaria ali para a dar todo apoio e amor que ela precisa para seguir em frente, o primeiro passo ela já deu que é confiar em mim e estar comigo, agora o segundo daremos juntos, que é em rumo a nossa felicidade. Durante aquela noite eu e ela não falamos mais nada, apenas a dava colo e carinho, era uma menina tão frágil e delicada, que eu tinha medo de não saber como a tocar agora, aos poucos senti a respiração de Kemy pesar e ela dormiu sobre meu peito, eu ainda planejava uma surpresa para ela que não pude dar em seu aniversário, mas agora precisava ser mais especial, ser alguma maneira de a mostrar que ela é unica, e o valor que ela tem para mim como menina, como mulher, como minha amada.

______________________________________________________________________________________________

Olá amores, sei que demorei postar, e que esse capitulo foi pesado, mas é que eu tava na correria, pra piorar o carregador do notbook estragou, mas enfim estou aqui, postei, e vou tentar postar logo o proximo capitulo, espero que estejam ai ainda e não me abandonem kkkk, sei que ninguem esperava por isso mas enfim comentem bastante e deixem a opinião de vocês sobre o capitulo, bjooos e até mais 



6 comentários:

  1. Nossa, que tenso😱.
    Ja pode posta o outro💜

    ResponderExcluir
  2. Ja pode postar o outro. Que bom q ela se abriu p ele e contou td ... ela precisa superar c ele .
    QUERO ESSA PRIMEIRA VEZ LOGO POR FAVOR.

    ResponderExcluir
  3. Luan coitado esta subindo pelas paredes hahaha tadinho.

    ResponderExcluir
  4. SABIA QUE ERA ISSO SOCORRO, ela se abriu com o Luan e tenho certeza que ele vai ajuda-la, compreende-la, estar do lado dela... Já pode continuar aaaaaa

    ResponderExcluir
  5. Tô no chão, tadinha da Kemy cara Luan tem que dá mt apoio pra ela!💔

    ResponderExcluir
  6. Ela sofreu tanto, tadinha ninguém merece

    ResponderExcluir