39º Capitulo

Passei o resto do dia trancada no quarto, não quis deixar minha vó, nem minha tia entrar para conversar comigo, eu precisava pensar na minha vida, precisava chorar, precisava de um momento pra mim. Depois de muito chorar, entrei nas minhas redes sociais pelo meu notebook, ainda estava sem celular, e a foto que havia postado no salão mais cedo foi pelo celular da minha tia, que fazia de tudo para me animar por esses dias, e ainda insistia em entrar no quarto para falar comigo.

-Só desci porque senti fome-avisei meus avós que se entreolharam ao me ver finalmente sair do quarto enquanto assistiam novela na sala
-Se quiser vou esquentar o jantar pra você meu amor-minha avó me dizia carinhosa
-Não precisa vó, vou comer qualquer besteira, não quero comida

Segui para a cozinha antes que minha vó falasse mais alguma coisa, e comecei procurar algo pra comer nos armários, na geladeira, quando vejo que minha vó chega logo atrás de mim.

-Como você está meu amor?-perguntou me olhando
-Como você acha que eu devia estar vó?-disse evitando a olhar e voltando a procurar algo para comer
-Nicole-disse carinhosa vindo me abraçar-só não esqueça que muita gente ama você, a Cristina pode ser a mulher que gerou você, mas quem te criou e te deu amor foi o seu pai, fomos nós que o ajudamos em tudo, e nunca vamos permitir ninguem machucar você meu amor
-Eu só queria uma mãe de verdade igual todo mundo-disse abraçando minha vó e desabando no choro outra vez
-Você tem a mim Nicole, sempre que quiser o colo de uma mãe eu estou aqui

Mal conseguia dizer nada, e acabei chorando mais um pouco abraçada a minha vó, eu não tinha mãe para me dar amor, mas o carinho que minha avó tinha comigo supria qualquer falta, ela realmente era uma mulher incrível e abençoada, com certeza meu pai e minha tia tinham sorte em tê-la como mãe. 

-Já passou meu amor-disse me dando um beijo na testa-agora fica ai quietinha que vou fazer algo pra você comer

Apenas assenti, e me sentei no balcão enquanto observava minha vó preparar um lanche pra mim, logo sinto alguem me abraçar e vejo que é meu avô, ele carregava um sorriso no rosto enquanto olhava minha vó, e fazia carinho em meu cabelo.

-Ta vendo o porque amo essa mulher?-dizia em tom de apaixonado e ri 
-Eu sei o quanto o senhor a ama, mas não começa com melosidade do meu lado, vocês não tem idade pra isso
-Ta me chamando de velho?-perguntou erguendo as sobrancelhas e lembrei de meu pai que tinha a mesma mania, acabei rindo
-Você é apenas experiente vô, jamais o chamaria de velho
-Minha neta é esperta, que orgulho-disse rindo e acabei rindo tambem
-Do que os dois riem tanto?-minha vó perguntou chegando com o meu lanche pronto em um prato
-Coisas do seu marido velho e apaixonado-disse rindo e meu avô me encarou
-Você me chamou de velho mocinha? espera ai que vou ter uma conversinha com o senhor seu pai para aumentar o seu castigo-meu avô me ameaçou
-Deixa de perturbar a menina Amarildo-minha avó riu o abraçando-termina de comer seu lanche e vem pra sala com a gente, não posso perder a minha novela que ta ótima
-Pode ir vó, depois eu vou

Os dois seguiram para a sala e eu comi meu lanche sentada sozinha na cozinha, pelo menos estava um pouco mais animada, eu não podia ficar me remoendo e sofrendo por causa daquela mulher, enquanto a minha volta tenho pessoas incríveis. Acabei pegando uns chocolates que tinham na geladeira, com certeza eram dos meus primos, mas se acabasse meus avós compravam mais, e depois segui para a sala, onde acabei ficando até tarde assistindo séries na TV, mesmo após meus avós terem ido dormir. No dia seguinte a faculdade foi o mesmo tédio de sempre, Kemy sempre me salvando nos trabalhos surpresas que os loucos dos professores davam, já estava quase nas provas finais, fim de semestre era tudo muito corrido, matéria acumulada, e eu nem ai, se eu pegasse dependência era meu pai quem pagava mesmo, e falando nele, hoje ele iria voltar pra casa, ainda não estava preparada para o ver, ainda mais sabendo do tanto que ele aprontou durante esses dias que esteve fazendo show.

-Semana que vem as ultimas provas graças a Deus, e eu já estudei bastante durante a folga que tive da agência-Kemy dizia toda despreocupada enquanto saíamos da faculdade
-Que bom pra você amiga, semana que vem meu pai vai estar em casa, quero nem olhar na cara dele, não achei nada bonito as noticias dele saindo com aquelas piranhas esses dias, e pra pirraçar vou aproveitar a ultima semana de provas na balada, vamos?
-Você é muito doidinha-Kemy riu de mim-como que em plena semana de provas você pensa em balada Nick? tudo bem que está com raiva do seu pai, mas se dedicar aos estudos nunca é demais
-Eu não sou a filha perfeita Kemy, e não quero nem saber, vou fingir estar mil amores com ele hoje, pra semana que vem aproveitar bastante
-Então ta, você quem sabe o que faz amiga

Vi que meu avô já me esperava, então me despedi de minha amiga que ainda achava loucura eu querer ir pra balada na próxima semana, entrei toda feliz no carro e meu avô estranhou.

-Quanta felicidade saindo da faculdade
-Só na saída pra estar feliz, vê se quando chego fico desse jeito
-Realmente-ele concordou rindo-mas Nick, você sabe que hoje seu pai chega de viagem, então por favor o trate bem, ele vai estar cansado, merece pelo menos um pouco do seu carinho e da sua atenção
-Já entendi vô, dependendo do meu humor, hoje mesmo fico de boa com o meu velho
-Você e essa linguagem de jovens-ele riu-então tomara que vocês fiquem de boa mesmo

Seguimos pra casa conversando e ouvindo as músicas que tocava na rádio, meu avô era péssimo cantor e me fazia rir quando tentava imitar a voz do cantor da música, ainda bem que o artista da família era o meu pai.

-Cheguei vó mais linda do mundo-disse entrando na sala vendo minha vó concentrada na sua novela da tarde da TV
-Então vai almoçar Nick, seus primos estão lá na sala de jantar comendo
-Sério que aquelas pestes já estão aqui?-disse rindo e seguindo rumo a sala de jantar onde os dois comiam
-Nick-Miguel disse todo sorridente ao me ver
-Oi pestinhas-disse dando um beijo na testa de cada um-vou colocar minha comida e já sento aqui com vocês

Almocei ao lado de meus primos que me contavam sobre sua escola, e as artes que faziam "sem querer", além das namoradinhas, ri muito com aqueles dois e definitivamente minha tia Bruna mal fazia ideia do trabalho que esses dois iriam dar quando crescessem. Depois de almoçar fomos para a sala, e ficamos brincando de amontar lego no chão, até meu avô se juntou a nós e se gabava quando fazia um prédio mais alto que o dos meninos, que logo destruíam o que nosso avô fez o deixando irritado. A campainha tocou e já que estávamos todos na sala, minha vó quem foi atender, e logo escutei a voz dele, era meu pai quem havia chegado.

-Titio Luan-meus priminhos gritaram correndo em direção ao meu pai para o abraçar
-Oi coisas lindas do tio-meu pai os abraçava

Todos foram o cumprimentar, o receber, só eu fiquei no meu canto, até que sinto ele se aproximar de mim e falar comigo.

-Tambem tava com saudades de você minha filha-disse me olhando com uma certa ironia e magoa nos olhos
-Nicole-minha vó disse baixinho me olhando como se fosse para mim ir abraçar ele logo

Decidi não pensar muito, e então fui abraçar o meu pai, lá no fundo eu morria de saudades dele, de seu abraço, de seu carinho, só que eu era muito orgulhosa para deixar transparecer isso, e quando fui encerrar aquele abraço, meu pai não deixou me apertando mais pra si.

-Te amo filhota, me desculpa por qualquer coisa-sussurrou só pra mim ouvir e por fim me soltou
-Tambem tava com saudades pai-disse o olhando e ele sorriu de canto
-Essa mocinha se comportou direitinho mãe?-meu pai perguntou a minha vó
-Até que sim, Nicole é uma boa menina-disse sorrindo pra mim
-Acho bom mesmo-disse meu pai me olhando de canto e revirei os olhos
-Já almoçou meu filho?-minha vó o perguntava feito mãe coruja como sempre
-Já comi no hotel Xumba, fica tranquila, só vim aqui buscar minha cria porque quero descansar um pouco em casa, já ta pronta suas coisas Nick?
-Sim, só vou lá buscar pai
-Não precisa, deixa que eu vou lá pegar, só me mostra na onde ta suas coisas

Apenas assenti, e fui com o meu pai pegar minhas coisas no quarto em que havia ficado durante esses dias, me despedi de meus avós e meus priminhos, e logo seguimos pra nossa casa, finalmente lar doce lar, eu estava morrendo de saudade da minha casa.

-Oi Cidocaaaa-disse meu pai todo feliz a abraçando
-Oi senhor Luan, essa casa ficou tão vazia esses dias
-Pois é Cida, eu senti tanto sua falta-eu disse indo a abraçar
-Nick querida, você com certeza me fez falta
-Ta vendo pai, tadinha da Cida-disse ainda abraçada a minha empregada favorita e meu pai riu
-Vocês duas estão de complô contra mim, pode isso não
-Jamais faria isso com o senhor-disse Cida rindo-só disse que senti falta de vocês
-Tambem morri de saudade de você, coisa linda-meu pai a deu um beijo na bochecha a fazendo ficar sem graça-agora pode ir descansar Cidoca, cê merece uma folguinha
-Obrigada senhor Luan, por isso já deixei a casa toda organizada, e tem um bolo de banana na geladeira que fiz hoje cedo-disse Cida sorrindo
-Por isso que te amo muié, a se fosse solteira-disse meu pai rindo
-Então já vou lá atacar o bolo, estava morrendo de saudade da sua comida-disse já seguindo pra cozinha
-Espera eu filhota, tambem quero bolo-disse meu pai vindo logo atrás de mim

Nos despedimos de Cida que logo foi embora, e ficamos sentados no balcão da cozinha um de frente pro outro comendo bolo, porém estávamos em silêncio, parecíamos dois estranhos.

-Como ta a faculdade Nick?-meu pai puxou assunto
-O mesmo de sempre-disse dando de ombros
-Como foram esses dias com seus avós?
-Até que foram bons, gostei de passar um tempinho com eles
-Vi que foi no salão com a sua tia, ta lindo seu cabelo filha, você cortou?
-Cortei um pouco, e passei não sei que produto-disse rindo
-Ficou linda minha princesa-sorriu de canto pra mim
-Pai não começa-disse revirando os olhos
-Não começar com o que? não posso mais elogiar minha própria filha?
-Não é isso, é que você ta forçando a barra pra mim falar com você, poxa pai, eu pensei que durantes esses dias você ia pensar mais em mim e...
-Nicole o que você quer que eu faça? nada te agrada, nada esta bom pra você-disse meu pai abaixando a cabeça-na onde eu errei?-o ouvi se perguntar baixinho ainda de cabeça baixa
-Pai eu só...-iria começar a falar mas aquela cena cortou meu coração, vi meu pai chorar baixinho na minha frente, eu não queria isso, afinal eu que era a culpada de estarmos nessa situação nada amigável-pai...-me aproximei dele que permanecia de cabeça baixa-me desculpa ta bom-ele apenas assentiu ainda de cabeça baixa-pai? olha pra mim-o pedi tentando erguer seu rosto mas ele desviava
-Ta tudo bem Nicole, eu só...-ele tentou falar algo mas seu choro aumentou o impedindo de falar-droga-disse se levantando rápido e seguindo para o seu quarto, eu estava mal por ver ele assim então fui atrás
-Pai, por favor não chora, me desculpa-o pedi enquanto ele estava de costas pra mim-a culpa é toda minha, você é o melhor pai do mundo, você é o meu tudo, eu só tenho você nessa vida e tenho medo de te perder, medo que alguma mulher faça você sofrer de novo-o disse tambem com vontade de chorar-só não chora por minha culpa, por favor
-Vem cá minha filha-meu pai disse abrindo os braços enquanto enxugava suas próprias lágrimas e eu corri para o abraçar
-Me desculpa, eu te amo muito, me desculpa pai-o pedia enquanto o apertava naquele abraço, e como se o destino quisesse me fazer de culpada, me veio em mente as palavras de Cristina no nosso ultimo encontro, o que me fez chorar arrependida, meu pai não merecia aquilo que eu fazia com ele, afinal ele era o único que verdadeiramente me amava
-Ta tudo bem, eu amo você mais que tudo, você é meu tudo Nicole

Depois de muito choro, finalmente nos acertamos, eu o pedi desculpas, ele tambem se desculpou comigo, e no fim de tudo, acabamos os dois jogados na cama dele comendo besteira e vendo filme de terror.

-AIIIII, pai para de ser chato-dei um grito após ele passar seu pé gelado no meu enquanto assistíamos o filme e ele começou a rir
-Nossa como você é medrosa Nicole, depois fala que adora filme de terror-ele dizia rindo e o taquei uma almofada
-É porque eu não imaginei que ia ter um chato pra ficar me assustando, sério pai esse pé gelado igual de defunto encostando em mim, queria que eu fizesse o que?
-Desculpa minha bebê-disse me puxando pra si-papai te protege, ta com medinho?
-Pai não começa com frescura-disse me soltando dele-vamos terminar de assistir o filme, e para de graça
-Vou pensar no seu caso-disse rindo
-Chato
-Me respeita, sou seu pai, cê num pode me xingar
-Posso sim, quando é a realidade dos fatos
-Começa com graça que te deixo de castigo mocinha-me ameaçou segurando o riso
-Falando em castigo eu quero meu celular de volta pai, e meu carro tambem, poxa, eu devo ter até perdido meus contatos
-Não exagera Nick, depois que acabar o filme, se você merecer eu te devolvo
-Poxa pai-disse fazendo bico-paizinho lindo, pai mais lindo do mundo, eu não mereço?
-Vou pensar no seu caso, agora fica quieta e presta atenção no filme
-Cha...
-Se me chamar de chato mais uma vez, devolvo seu celular só quando você se formar na faculdade
-Nossa, ai é maldade comigo pai
-Então fica quietinha fica

Acabamos de ver o filme, e ficamos nos implicando, mas em tom de brincadeira, realmente meu pai me fazia muita falta, e eu só percebia isso quando ele estava em casa e me dava toda a atenção do mundo, realmente não tenho o que reclamar dele, tenho apenas a agradecer, pois não é fácil me aturar.

-Vou dormir aqui hoje, pode?-o perguntei já me deitando ao seu lado em sua grande cama
-Claro que pode, inclusive tava morrendo de saudade da minha bebê-disse me puxando pra si e me abraçando
-Tambem tava com saudades, mas chega de viadagem, você é meloso demais
-E você só reclama, nem parece minha filha, era pra você ser mais amorosa igual eu
-Credo de ser igual você, nunca vi mais meloso, quando ouço suas músicas antigas tenho depressão, ainda bem que ultimamente você tem lançado umas mais top
-Reclama das minhas músicas, mas se não fosse eu ter investido nelas e feito sucesso com o publico, hoje cê não teria esse luxo todo mocinha
-Ok, você quem está certo, você é o dono da razão, mas chega de falar e vamos dormir-disse me virando de costas pra ele
-Nick?-senti meu pai me cutucar
-O que?-perguntei sem me virar pra ele
-Cê quis dormir comigo porque ficou com medo?-perguntou rindo e me virei o olhando indignada
-Até parece que eu teria medo de um filme bobo daqueles, mas já você eu não sei
-Ta doida, eu sou macho, homem não tem essas frescuras de medo, mas achei bonitinho você pedir pra dormir comigo Nick, lembrei de quando cê era pequeninha, nós dois dormia juntinho-disse com um sorriso no olhar e foi inevitável não sorrir tambem
-Você sempre foi o melhor aconchego pra me fazer dormir, e talvez eu tenha sentido um pouco de saudade disso hoje
-Então vem cá minha bebê-meu pai me chamou para deitar em seu peito e assim fiz-hoje é só eu e você, como sempre foi e sempre vai ser, te amo filha-beijou minha testa
-Te amo pai, me desculpa mesmo por tudo que te falei aquele dia
-Já passou Nick, o que importa é que agora eu estou com o meu mundo nos braços
-Então eu sou seu mundo?
-Você não é só o meu mundo, mas sim minha vida todinha

Eu não gostava de muita melação, mas hoje eu estava carente, então não ia reclamar dos carinhos que pai queria me dar, e nem de suas palavras de aconchego, ficamos conversando um pouquinho, relembrando os velhos tempos de quando eu era pequena, até que ele começou cantar pra mim como fazia antes, e acabei dormindo embalada pela voz dele, do homem que me deu a vida, do homem que eu mais amava nesse mundo, do meu pai.

*Luan on*

Nada melhor que estar em casa e de bem com a minha filha, fiz Nicole dormir em meus braços como fazia a anos atrás, foi inevitável não notar em como minha princesa cresceu e se tornou uma linda mulher, porém pra mim ela ainda era tão frágil, pequena e dependente de mim, se Nicole soubesse que eu moveria o mundo de lugar por ela, jamais teria me destratado um dia, mas o que importava era que agora estava tudo bem entre nós dois, nada melhor que fortalecer nosso laço de pai e filha. Ainda demorei um pouco para pegar no sono, fiquei mexendo em meu celular e vendo minhas redes sociais, vi algumas fãs online e conversei com algumas que ficaram felizes ao me ver acordado ainda, me cansei de ficar nas redes e fui pra cozinha fazer algo pra comer, só depois de comer um lanche consegui dormir ao lado de minha filhota que até roncava de tão cansada.

-Bom dia papiiii-disse Nicole pulando em cima de mim me acordando e eu já me levantei assustado
-Menina isso é jeito de me acordar? quer matar seu pai do coração?
-Desculpa pai-ela disse rindo-é que hoje é sábado e eu esqueci que tinha combinado de ir almoçar com a Kemy, pensei em chamar ela pra vir aqui em casa, seria bem melhor e...
-Eu não quero você de amizade com essa garota Nicole, e muito menos quero ela aqui em casa-disse o mais sério possível e Nicole me olhou sem entender
-Porque pai? você parecia gostar e aprovar a minha amizade com ela, o que aconteceu pra você falar isso?
-Eu só não quero você envolvida com essa garota minha filha, você tem tantas outras amigas por ai
-Pai sinceramente, eu juro que não te entendo-Nicole me olhou indignada-a Kemy é a pessoa mais pura, honesta e diria que até perfeitinha demais que eu conheço, sério pai, ela quem me ajuda nos estudos, me da concelhos para não fazer coisa errada, eu nunca tive uma amiga assim, que demonstra realmente gostar de mim e até cuidar mesmo sabendo que eu não sou fácil de lidar, mas o que aconteceu pra você não querer mais minha amizade com a Kemy?
-Você não se lembra de nada daquele dia que foi dormir na casa daquela garota, e aconteceu tanta coisa que acabei perdendo a confiança que achei ter nela, eu pensei que ela era diferente e...
-Pai ela é diferente-Nicole respirou fundo-eu não queria te contar isso nunca, mas eu sou a errada da história-suspirou confessando-naquele dia que fui pra casa da Kemy eu quem planejei tudo, ela não queria que eu fosse, porque sabia que eu estava de olho no vizinho dela, então ela queria evitar que eu fizesse qualquer loucura, e mesmo sem o consentimento dela eu fui, mas eu fui e fiquei o tempo todo no apartamento do vizinho, Kemy é certinha demais pai, ela queria que eu viesse embora porque tinha medo de acontecer algo comigo e a culpa sobrar pra ela, porque ela sabe que eu sou inconsequente, e foi o que aconteceu, eu só lembro que bebi muito e quando acordei já estava aqui em casa, toda a confusão que aconteceu foi por culpa minha, eu jamais iria jogar a própria culpa em mim, mas nesse caso eu preciso a defender, a minha amiga não fez nada, não mentiu, não me ajudou nas minhas loucuras, o tempo todo ela quis evitar que eu fizesse isso, e por ela ser essa pessoa de alma boa e ingenua eu não vou aceitar você falar assim dela, e nunca vou deixar minha amizade com a Kemy acabar por causa dos seus pensamentos paranoicos pai, é isso

Nicole despejou tudo na minha cara e saiu de meu quarto antes que eu a falasse mais alguma coisa, eu me sentia o homem mais burro, mais idiota, mais estúpido, mais cafajeste da face da terra, eu achava que ela não me merecia, mas na verdade eu quem não a merecia, eu a ofendi tanto, a magoei, despejei barbaridades sobre ela, e mesmo não tendo feito nada, ela se manteve calada, realmente eu nasci pra sofrer e pagar caro as consequências das minhas burrices, e por culpa minha eu estava perdendo a mulher que eu amo. Fiquei me culpando, me martirizando, eu realmente peguei pesado com Kemy, ela era tão doce, tão sincera, como eu pude ter a tratado daquele jeito? na hora da raiva a gente faz coisas que desconhece, eu realmente estava arrependido, e depois de muito pensar resolvi me vestir com o pouco de coragem que ainda me restava, e tentar consertar o meu erro, mesmo se ela não me quisesse de volta, eu precisava a pedir perdão e a dizer o quanto ainda era apaixonado por ela. Me arrumei da melhor forma possível, passei o perfume que ela já me elogiou ao senti-lo algumas vezes, e peguei a cesta de chocolates que havia comprado pra ela, e que até tinha desistido de a presentear, mas agora era a hora, eu precisava parar de agir feito moleque, e agir feito um homem.

-Bom dia seu Luan, onde vai com isso logo cedo?-disse Cida assim que me viu
-Bom dia Cidoca, preciso concertar algo que fiz com uma pessoa
-Espero que dê tudo certo então
-Cadê a Nick?
-Tomou café e subiu pro quarto, estava meio irritada com o senhor-disse Cida rindo de canto
-Depois converso com ela, agora vou indo, e se não for pedir muito, não conta nada pra Nicole que eu saí agora com essa cesta, se ela perguntar por mim fala que fui na central
-Ok, vou fingir que não vi nada-disse Cida piscando cúmplice pra mim

Me despedi de Cida, e corri pro meu carro, me olhei no espelho do retrovisor, coloquei meus óculos escuros e uma touca cinza que achei no porta luvas do carro, respirei fundo e criando coragem liguei meu automóvel e segui rumo ao apartamento da minha amada. Durante o trajeto, avistei uma banca de flores, eram tão lindas, então parei o carro, e como estava "disfarçado" comprei um dos buques mais lindos que achei, não sabia se Kemy gostava de flores ou chocolates, mas valia a pena arriscar de tudo para vê-la sorrindo, ou para pelo menos tentar. Cheguei em seu prédio e o porteiro que já me conhecia ficou surpreso vendo o tanto de coisas que eu carregava, ainda comentou que eu estava sumido, mas aleguei estar trabalhando muito e perguntei se minha princesa estava, e assim que ouvi que sim já subi esperançoso para o andar onde meu amor estava. Assim que o elevador parou no andar de Kemy, meu coração já acelerava, eu não fazia ideia do que iria a dizer, e muito menos em como ela iria me receber, pensei um pouco no que fazer, e como nada iria adiantar, resolvi bater logo em sua porta, pedindo a Deus para que ao menos ela me perdoasse. Depois de mais duas batidas, ouço a porta sendo destrancada, eu ainda não estava pronto para a encarar, então como em alguns filmes que já vi, coloquei o buque de flores tampando meu rosto, e segurei a cesta com a outra mão, já ouvindo a voz que tanto senti saudade.

-Oi? quem é?-perguntou um pouco assustada
-Um homem que te ama muito-disse tirando o buque de flores do meu rosto e a entregando, a vendo me olhar surpresa
-Luan, o que faz aqui?-perguntou segurando as flores sem jeito
-O que já devia ter feito a muito tempo-respirei fundo a olhando nos olhos-me perdoa?

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Oláaaa amores, a fic ta chata? ta ruim? comentem a opinião de vocês em que posso melhorar, desculpa a demora, mas minha faculdade ta corrida demaiiiiiiiis, logo entro de férias (eu espero) então vou ver se consigo postar mais vezes, mas comentem ai o que estão achando da história, bjoooos