36º Capitulo

Fiquei estática, não sabia o que dizer, Luan estava com muita raiva de mim naquele momento, então com certeza não me deixaria o explicar nada.

-Oiiiii pai-dizia Nicole rindo nem fazendo ideia do clima pesado que se instalava-eu tô dormindo com esse gostoso aqui-abraçava Lucas que estava tão constrangido quando eu
-Cala a boca Nicole-disse Luan passando as mãos pelo cabelo nervoso-solta a minha filha cara-empurrou meu vizinho que a soltou imediatamente, e Luan a segurou já que ela mal parava em pé-vamos embora Nicole, não aguento ficar mais nenhum segundo aqui-dizia sem nem me olhar 
-Luan, eu...
-Você tambem cala a boca garota, eu pensei que você era diferente, mas me enganei, você não serve de amizade para a Nicole, afinal é igual ou pior do que ela-disse da forma mais grossa possível e me calei engolindo em seco

Luan saiu arrastando Nicole para o elevador, e de longe se ouvia as risadas e as palavras sem sentindo que ela falava. Quando os dois sumiram dentro do elevador, meu vizinho me encarava tentando buscar alguma resposta, e eu apenas queria sair dali correndo e chorando, doeu demais a forma que Luan me tratou, e ouvir suas palavras em relação a mim.

-Ela é filha do Luan Santana, e pelo visto ele é um pai muito ciumento e protetor-ele parecia concluir seus pensamentos-vocês são amigas a muito tempo?
-Olha eu não estou muito bem agora, não quero conversar com ninguem, melhor ir pro seu apartamento e me deixar em paz
-Não quer que eu te faça companhia?-perguntou parecendo gentil mas logo o cortei
-Não, eu nem te conheço, não sou louca igual a Nicole de me arriscar a dar tanta confiança a um desconhecido
-Mas eu só queria ajudar poxa, eu gostei da sua amiga e...
-Ta, depois vocês se falam então, agora me deixa

Entrei em meu apartamento já com as lágrimas escapando pelo meu rosto, e me encostei na porta chorando.


Me sentia a pior pessoa do mundo, eu estraguei tudo, perdi a confiança do homem que eu amava por bobeira, e agora Luan iria me odiar, nunca mais ia querer saber de mim, droga porque fui me apaixonar justo por ele? porque ele tinha que ser o pai da maluca da Nicole? porque eu não o disse a verdade antes? Fiz de tudo para ajudar Nicole com suas loucuras, e agora havia perdido o unico homem que fui capaz de me apaixonar, o unico homem que me fez perder o medo, o unico homem que me trazia confiança, eu realmente havia nascido para sofrer, não fazia sentido nenhum a minha existência.

*Luan on*

Eu era muito burro mesmo, era obvio que Kemilly escondia de mim que Nicole estava aprontando, sempre dando uma desculpa para mim não vê-la e ir embora logo, mas dessa vez eu descobri tudo, e o pior foi ouvir aquele cara falando que só queria transar e beber com minha filha, ela não era santa, mas eu era o pai dela e jamais iria permitir um homem falar assim da minha filha como se ela fosse um objeto. Eu estava realmente decepcionado com Kemilly, com Nicole eu já era acostumado a me decepcionar, mas ela realmente me surpreendeu da pior forma, mentiu, me enganou, e ainda dizia que me amava, como ela pode me amar sendo que me esconde as coisas, o pior ainda é que escondeu coisas sobre minha própria filha. Durante o trajeto até minha casa eu ouvia Nicole rindo e falando palavras sem sentido, eu estava com muita raiva, só não a batia porque eu era forte demais e poderia a machucar, me controlei no meu máximo para não fazer nada com Nicole. Chegamos em casa e a levei direto pro seu quarto, ela falava coisas desconexas e eu não dava ouvidos, entrei em seu banheiro e a coloquei sentada debaixo do chuveiro com roupa e tudo, liguei na água gelada e ela começou reclamar.

-Paiiiiii ta frio, me tira daqui-erguia os braços feito uma criança para que eu a pegasse no colo
-Não Nicole, você vai ficar ai, você está bêbada, precisa melhorar
-Paiiiiii-dizia manhosa

Fingi não a dar ouvidos, e depois de um tempo com ela debaixo do chuveiro, percebi ela ficar com sono, então desliguei o chuveiro e a levantei a tirando dali. Tirei sua blusa e seu short a deixando só de langerie, ela ria sem parar falando que estava com vergonha e que não era mais bebê e eu não podia a ver pelada, parece que ela estava um pouco mais normalzinha agora. A enxuguei como pude com uma toalha, e sequei seus cabelos, que saudades quando ela era bebê, tão dependente de mim, eu amava cuidar dela, a dar banho, a trocar, a fazer dormir e agora ela nesse estado de bêbada agia como uma criança que eu tinha que cuidar. A deixei sentada em sua cama, e peguei uma de minhas camisas que ela usava como camisola, sim ela roubou várias de minhas camisas mais largas e pegou para usar para dormir.

-Paiiiii eu ainda tô molhada-ela reclamava enquanto eu colocava a camisa nela
-Nicole você já vai dormir então nem vai perceber nada, me agradeça por estar tendo paciência com você nessa situação
-Mas eu tô molhada paiiiiiii-ela dizia manhosa
-Então se vira e vai se trocar-disse terminando de a vestir e ela me olhava fazendo bico, mas logo em seguida caiu deitada na cama e começou a rir
-Paiiii eu tô com dor de cabeça, porque eu tô assim? é mesmo eu tava bebendo com o gostoso do Lucas, ontem a gente transou a noite toda, transou a manhã toda, a tarde toda tambem, dessa parte não me lembro, mas acho que sim-começou a rir-eu gosto de transar, mas eu uso camisinha ta bom-ela dizia rindo e eu olhava para os céus pedindo paciência para Deus por estar ouvindo aquilo
-Ta bom Nicole, agora chega, vai dormir-disse a ajeitando na cama e a cobrindo enquanto ela ria me olhando
-Paiiii eu quero voltar pra casa do Lucas, ele disse que íamos fazer anal, eu já te disse que fiz meu primeiro anal com 16 anos?-dizia rindo feito uma maluca e eu pedia pra Deus para aquilo ser somente fruto da imaginação dela para me irritar
-Você vai ficar quietinha na sua cama Nicole, e vai é dormir
-Mas eu quero transar com o Lucas, vou ligar pra ele vir aqui-disse procurando seu celular e eu a fiz se ajeitar na cama de novo
-Pelo amor de Deus, dorme logo Nicole
-Eu quero transar, dormir é pros fracos-dizia rindo e eu já estava no meu limite
-Ok, faz o que quiser

Guardei o celular de Nicole em meu bolso e sai de seu quarto ainda a ouvindo falar coisas desconexas, estava irritado com a infantilidade e as mentiras dela, e o pior de tudo é que estava decepcionado com Kemilly, eu achava que ela era diferente, que era mais madura e responsável, mas ela é mais uma adolescente qualquer, não é uma mulher formada e com os objetivos de vida traçados, somos totalmente de mundo diferentes, eu já tenho minha vida feita, ela estava começando a viver ainda, e mesmo tendo um sentimento muito forte por ela, eu precisava me livrar desse sentimento, pois acabei de ter a certeza que namorar com alguem mais nova e imatura nunca vai dar certo. Me tranquei em meu quarto, e tentei dormir, mas meus pensamentos me traiam e me lembravam de Kemy a todo momento, peguei meu celular e vi que ela havia me mandando uma mensagem "Sei que esta chateado comigo agora, e nem sei se vai adiantar te pedir desculpas, só não esquece que eu te amo...", suspirei ao ler sua mensagem, mas eu não queria que ela ficasse nutrindo mais nenhum sentimento por mim, era melhor acabar com tudo agora, antes que nos envolvêssemos mais, "Kemilly tudo o que aconteceu entre nós foi um erro, vc foi um erro pra mim, eu me enganei em relação a vc, botei fé demais em uma menina nova, e me esqueci que vc ñ viveu nem metade do que já vivi, então me esquece, e não me procura mais", a enviei essa mensagem a bloqueando logo em seguida. Talvez eu tenha sido um pouco duro com ela, e doeu demais a dizer isso, eu a amava muito, mas nosso amor era loucura, era impossível de seguir em frente, ela antes de tudo era amiga de Nicole e isso atrapalharia muito nossa relação já que percebi que ela preferia mentir pra mim e proteger a amiga, do que me contar a verdade e me ajudar a botar juízo na Nicole, fui burro tambem em pensar nisso, ela não era mãe, nem tinha idade pra isso, então nunca iria poder me ajudar. Era eu fechar os olhos que Kemy invadia minha mente, seu jeitinho, seu sorriso, seu olhar, eram meu vicio, até em seus beijos eu pensava, e sorri sozinho me lembrando que tive o privilégio em ser o primeiro homem a beija-la, mas eu precisava me livrar de tudo que me lembrava Kemy, e era isso o que iria fazer. No dia seguinte acordei mal humorado, com uma dor de cabeça chata, pois mal havia dormido durante á noite, e agora teria que ir viajar para cumprir minha agenda de shows.

-Bom dia senhor Luan-Cida me cumprimentou quando me sentei á mesa
-Bom dia Cida-a respondi já me servindo com meu café sem demonstrar nenhum humor
-Vai viajar hoje á tarde? porque já lavei suas roupas e passei as camisas que gosta de levar em suas viagens
-Obrigado, vou hoje sim
-A senhorita Nicole não dormiu em casa outra vez?
-Ela dormiu em casa, mas deixa ela, melhor não acordar ela cedo hoje
-Entendi-disse Cida percebendo que eu não estava no meu melhor dia-com licença, vou arrumar o quarto do senhor-se retirou da cozinha

Tomei só um pouco de café, afinal nem estava com muita fome, estava morrendo de cansaço mas não conseguia dormir, eu precisava conversar com alguem, desabafar, então decidi ir na casa dos meus pais, sabia que lá era o único lugar de onde eu sairia um pouco melhor. Não era tão longe minha casa da casa deles, então fui caminhando a pé mesmo, aproveitei para respirar o ar da manhã, e logo cheguei na casa dos meus velhos.

-Bom dia, nossa o senhor Luan aqui logo cedo-disse a empregada de meus pais abrindo a porta pra mim
-Bom dia Paula, meus pais estão?
-Estão sim, inclusive estão na mesa do café da manhã ainda-disse dando passagem pra mim
-Ok, então vou lá
-Quer que eu prepare algo pro senhor?
-Não precisa, já tomei meu café antes de vir

Segui para a sala de jantar onde eles faziam as refeições, e os vi abraçados tomando café da manhã, uma cena realmente linda, e tambem vi que meus sobrinhos estavam á mesa comendo junto com eles.

-Bom dia família-disse entrando na cozinha e meus sobrinhos vieram correndo na minha direção
-Tio Luan-os dois diziam animados disputando quem me abraçava primeiro
-Calma, tem tio pra todo mundo-disse rindo pela primeira vez no meu dia
-Tio não deixa o vô levar a gente pra escola hoje-Matheus reclamava me abraçando
-Infelizmente o tio não pode fazer nada em relação a isso, e vocês precisam estudar sim, seus espertinhos-disse bagunçando o cabelo dos dois e Miguel me pediu colo, então o peguei
-O que faz aqui tão cedo meu filho?-minha mãe me perguntou enquanto eu me sentava á mesa de frente a ela
-Deu saudade-disse sorrindo de canto-e vocês dois o que fazem aqui? cês não tem mais pai e mãe não, toda vez que chego aqui vocês estão-perguntei aos meus sobrinhos que riram
-É que ontem o nosso pai foi participar de um show de um amigo dele, e como ia acabar tarde a gente veio dormir com a vovó-Matheus explicava
-E comer muito doce-dizia Miguel rindo baixinho em meu colo
-E vocês nem gostam né-ri dos dois que faziam cara de sapecas
-Agora chega de papo criançada, vocês já terminaram o café de vocês, e precisam ir pra escola-disse meu pai se levantando fazendo surgir um bico enorme nos meus sobrinhos
-Mas já vovô? agora que o tio chegou-Miguel disse se grudando mais a mim
-Eu sei que você ama o tio, mas cê precisa estudar-o desci de meu colo e o dei um abraço, Matheus ciumento logo afastou o irmão de mim para ganhar um abraço meu tambem-agora vocês precisam ir
-Vem cá falar tchau pra vovó-minha mãe os chamou de braços abertos e os dois correram para a abraçar e encher de beijos-vão com Deus-deu um beijo na testa de cada um
-Tchau vovó, tchau tio-os dois saíram nos gritando, enquanto meu pai os acompanhava
-Ai, ai vendo eles assim, me lembro quando era você e a Bruna pequenos indo pra escola-disse minha mãe suspirando enquanto sorria e olhava pra mim
-Faz tempo isso em-ri de canto-mais de trinta anos atrás
-Pois é, meus bebês cresceram, e agora tento ter pique para acompanhar os netos
-Eu posso ter crescido, mas eu sempre vou querer seu colo-disse indo até ela e me sentando em seu colo, recebi um abraço e um carinho gostoso
-O que meu bebê tem hoje?-perguntou acariciando minha barba-eu te conheço o suficiente pra saber quando você não ta bem, só por te olhar Luan
-São tantas coisas mãe-suspirei fechando os olhos e ela me deu um beijo em meu rosto
-Vem, vamos lá pro meu quarto conversar, e sai logo do meu colo porque você é pesado-disse rindo de canto, então me levantei

Fui com minha mãe até seu quarto, ela se sentou na cama, e bateu nas suas pernas como sinal que era para mim deitar com minha cabeça ali, então assim eu fiz.

-Agora me conta tudo meu filho
-Nem sei por onde começar mãe-suspirei fundo-será que eu realmente nasci pra ser pai? porque eu e a Bruna sempre respeitamos tanto você e o pai, mas a Nicole não me respeita mãe, aquela menina ta sem limites nenhum, ela me desafia, me xinga, e segue as próprias vontades dela sem meu consentimento, eu não aguento mais isso
-Você é um ótimo pai meu filho, é a Nicole que é complicada, ainda mais nessa fase, ela fez 18 anos e acha que é dona do mundo e pode tudo, você tem que se impor e mostrar que independente da idade que ela esteja você é quem manda nela, ela ainda depende de você pra tudo meu filho, se quiser eu vou lá conversar com a Nick, porque ela precisa respeitar você e parar de agir assim, pelo que vejo isso já passou dos limites
-Passou sim mãe, e eu não aguento mais, eu amo minha filha mais que tudo nesse mundo, e ela parece não sentir um pingo de amor por mim, ela é inconsequente demais, e só pensa em si mesma, além de estar mentindo demais pra mim, eu pensei em tirar o celular dela, e o carro, mas seria pegar pesado demais?
-Não Luan, faz o que achar melhor, você é pai e tem todo o direito, quando ela era pequena não precisava de castigos nem nada, era uma menina tão doce e obediente, mas agora ela ta precisando de uns castigos e eu tô aqui para te apoiar no que você decidir meu filho
-Obrigada mãe-me levantei a dando um abraço-acho melhor a Nicole vir ficar aqui enquanto eu for viajar, e meu pai a levar e buscar na faculdade, porque não confio nela ficar sozinha em casa, ela ta com muita falta na faculdade, além de ter muitas dependências do primeiro semestre, se ela pegar mais esse semestre eu faço ela trancar o curso e coloco ela pra trabalhar comigo e minha equipe nos shows, porque eu queria que ela tivesse uma faculdade, um futuro mãe, mas ela não entende isso, ela acha que eu vou durar pra sempre para manter os luxos dela e não é assim que funciona, então não vai atrapalhar se ela ficar aqui?
-Claro que não meu filho, acho que é a melhor decisão que você teve, pois com a Nicole aqui em casa pode ter certeza que vou vigiar os passos dela, e conversar bastante, sei que ela sente a falta de uma mãe, e de certa forma eu sou a unica imagem materna que ela tem
-Obrigado mesmo Xumba-enchi minha mãe de beijos-nem sei o que seria de mim sem a senhora
-Eu sempre vou estar aqui meu filho, pra quando precisar de mim
-Eu sei que sim-sorri pra ela que sorriu de volta pra mim
-Mas sua carinha ainda não esta das melhores, tem certeza que é só a Nicole o problema?-minha mãe me conhecia tão bem, mas eu não a falaria de Kemy
-Era sim-suspirei sorrindo de canto-é que a Nicole me tira do sério, mas que tal a senhora ir lá pra casa hoje? você e o pai vão lá almoçar, peço pra Cida caprichar no almoço
-Por mim tudo bem, pois sei que meu bebê ta carente-disse me abraçando e ri a apertando no abraço
-Amo tanto você Xumba-beijei a testa dela-agora vamos lá em baixo esperar meu pai chegar, quero passar um tempo com meus velhos

Minha mãe concordou, e ficamos na sala conversando e vendo um jornal da manhã na TV até meu pai chegar e concordar em ir almoçar na minha casa, que saudade eu sentia dos meus dias com eles. Fomos para minha casa no carro do meu pai, Cida ficou feliz em saber que eles almoçariam conosco, era raro eles irem na minha casa, então aproveitei cada segundo ao lado deles, conversando sobre a vida e assuntos que surgiam.

-Oi vó, oi vô-disse Nicole com a maior cara de mal humorada descendo as escadas e apenas os cumprimentando
-Só tem seus avós na sala Nicole?-a questionei
-Não me estressa pai-disse sem nem me olhar seguindo para a cozinha e respirei fundo
-Ta vendo como ela me trata? uma parede e eu tem nenhuma diferença pra ela, Nicole ta sem nenhuma educação e respeito comigo
-Deixa ela aparecer aqui, vou ter uma conversa com ela-disse minha mãe me olhando firme, sabia que ela estava nem um pouco satisfeita com o comportamento de Nicole
-Meu filho você precisa começar impor limites nela, e se você não falar nada eu falo, porque se fosse filha minha falando isso pra mim na frente dos outros, ia ter uma lição pra nunca mais esquecer-disse meu pai tambem irritado
-Eu tento pai, mas ela acha que pode tudo, ela aproveita o fato de que não é sempre que eu tô em casa e apronta, já tô cansado
-Mas você deixa ela mandar em você Luan, você que é o pai dela, você tem que parar de ser flexível e se impor, começar a dizer não, cortar mordomias, e se ela te chama de chato, seja realmente chato, quando a Bruna começou querer fazer graça nessa idade eu logo cortei ela, e nunca mais me deu um pingo de trabalho
-A Bruna sempre te respeitou pai, diferente da Nicole, eu falo uma coisa e ela rebate com dez, até pra casa da Cristina eu já mandei ela, e nada adiantou
-Luan eu nunca quis me intrometer no seu jeito de criar a Nicole, mas no meu ponto de vista você a mimou demais, fez tudo o que ela quis e mais um pouco, ser pai é além disso, eu nunca falei nada porque achei que você sabia ser firme e a dar limites quando fosse preciso, e agora que ela já não é mais criança, ela te trata como quer, porque sabe que você é um pai bonzinho e bobo-meu pai jogava a realidade na minha cara, e eu só me culpava por ser um péssimo pai
-Amarildo o Luan é um ótimo pai, ele só tem o coração mole em relação a Nicole, isso não significa que o modo que ele a criou foi errado-minha mãe me defendia
-Meu pai tem razão mãe, eu sou o único culpado por minha filha me tratar assim, quem errou foi eu
-Claro que não meu filho-disse minha mãe se sentando ao meu lado e me abraçando-você é um pai excelente, tenho certeza que a Nicole tem muito orgulho de você, é só uma fase difícil que vocês estão passando, logo vocês vão estar unidos como sempre foram
-Com licença-disse Cida entrando na sala-o almoço está servido
-Já vamos comer Cida, obrigada-disse minha mãe a agradecendo-agora vem meu filho, vamos lá almoçar

Seguimos para a sala de jantar, e nos servimos com o nosso almoço, Nicole já estava ali sentada e comia uma maçã.

-Pai cadê meu celular?-perguntou me dirigindo a palavra pela primeira vez
-Ta comigo, e você só vai ter ele de volta quando aprender a me respeitar
-Que saco-bufou revirando os olhos-não faz falta nenhuma, vou no shopping e compro outro-disse se levantando dando de ombros e eu a parei
-Nada disso, você vai se sentar e almoçar, eu não deixei você ir a shopping nenhum, e outra coisa, você vai ficar sem seu carro tambem
-O QUE?-me encarou sem acreditar-pai você não pode fazer isso, ficou maluco? eu não sou mais criança pra você me dar castigo, e...
-E mais nada Nicole, chega, se não quer comer vai pro seu quarto, mas não fica aqui dando escândalo feito uma adolescente mimada, minha decisão já está tomada, você vai ficar sem celular, sem carro, e nos dias que eu estiver fora você vai ficar na casa dos seus avós, não quero você sozinha aqui em casa
-EU TE ODEIO, VOCÊ TA ME FAZENDO PASSAR PAPEL DE RIDÍCULA, QUER SABER, QUE SE FODA, EU TE ODEIO PAI-Nicole começou a gritar feito uma louca, e depois subiu correndo pro seu quarto

Na hora larguei meu prato de comida e uma vontade enorme de chorar tomou conta de mim, doeu ter que a tratar assim, e doeu mais ainda ouvir da boca dela que ela me odeia, não desejo isso a nenhum ser humano, muito menos a um pai ouvir de sua unica filha que é odiado por ela.

-Você fez o certo meu filho, logo a raiva dela vai passar, ela não odeia você-disse meu pai passando a mão por meus ombros
-Odeia sim, eu sou o pior pai desse mundo-uma lágrima escapou de meus olhos e logo a enxuguei-fiquem á vontade aqui, preciso arrumar minhas coisas para viajar mais tarde e tô sem fome
-Luan fica aqui e come, você precisa se alimentar, não quero que viaje com o estomago vazio-disse minha mãe

Eu sabia que meus pais não me deixariam sair da mesa enquanto não terminasse de comer, então mesmo forçando acabei comendo um pouco, e minha mãe após terminar seu almoço subiu para o meu quarto e disse que arrumaria minhas coisas, afinal ninguem melhor que ela sabia como arrumar minha mala. Meu pai tentou me animar, conversamos um pouco, mas eu realmente estava mal, eram tantas coisas ruins acontecendo ao mesmo tempo, tantas decepções, e enquanto meu pai falava comigo, minha mente estava longe, estava em Kemy e no quanto ela me fazia bem, como eu queria ela comigo agora, como eu queria ouvir sua voz, sentir seu cheiro, ganhar seus beijos, seus carinhos, mas nem ela eu teria mais, aos poucos eu estava perdendo tudo o que eu mais amava, só não imaginava o que a vida ainda me reservava.

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Olá amores, estou em uma semana tensa na faculdade, estou sem ideias pra fic, e espero que tenham gostado, quem esta acompanhando comenta ai, porque a história só flui se tiver leitores, então comentem o que estão achando, bjooos.